Apesar de o governo Fernando Henrique Cardoso estar a apenas três meses de seu final, o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, anunciou uma importante providência para reforçar o combate ao crime: a construção de penitenciárias federais de segurança máxima. Até dezembro, de acordo com o ministro, o governo fará uma licitação para iniciar as obras desses presídios nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco. Cada uma das penitenciárias terá capacidade para 200 presos com o custo da unidade previsto para R$ 6 milhões. O Estado de São Paulo não entrou nessa lista porque optou por receber ajuda financeira do governo federal para a construção de cadeias estaduais em várias regiões do Estado, como parte do projeto de desativação da Casa de Detenção.Nos futuros presídios federais os condenados serão monitorados 24 horas por dia e não terão contato físico com os advogados. Além disso, as visitas de parentes, de esposas ou namoradas ficarão condicionadas ao bom comportamento do condenado. A idéia de construir essas presidiárias não é nova, pois a criminalidade tem aumentado bastante. O problema é que o governo já está no oitavo ministro da Justiça e os dois antecessores acabaram engavetando o projeto, agora tido como realidade para o próximo ano.Os fatos ocorridos no presídio Bangu 1, onde traficantes ao estilo Fernandinho Beira-Mar ditam a lei, comprovaram a inércia de determinados Estados diante do crime, mas São Paulo tem sido uma ótima exceção, construindo presídios de alta segurança, como o recém-inaugurado em Presidente Bernardes.Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL.