Fazer com que as regiões se façam representadas na distribuição do Orçamento estadual". Com esta afirmação o presidente da Comissão de Finanças e Orçamento (CFO), Mauro Bragato (PSDB), abriu os trabalhos da audiência pública sobre o Orçamento estadual 2010, realizada nesta segunda-feira, 10/8, na Câmara Municipal de São Carlos. O vereador Lineu Navarro, presidente da Câmara, sugeriu que um grupo de trabalho local seja constituído para acompanhar o destino das sugestões feitas na audiência a partir da tramitação da peça orçamentária no Poder Legislativo. Ele ainda propôs que o Estado construa mais distritos policiais. O representante da Secretaria de Planejamento, Mauricio Hoffmann, disse que a pasta procura estudar a dinâmica econômica internacional para adequar o Orçamento paulista ao quadro mundial. O deputado federal Lobbe Neto defendeu a destinação de recursos a serem aplicados nas áreas social e, principalmente e ambiental " solução para aterro sanitário. Osvaldo Duarte, prefeito de São Carlos, mencionou obras que considera importantes para a região: execução de pontes, ligando as cidades de Luis Antonio e Descalvado ao bairro de Santa Eudóxia (em São Carlos); duplicação da rodovia São Carlos-Ribeirão Preto; ampliação do aeroporto de São Carlos; recapeamento das vias de São Carlos e verbas para a Santa Casa local. Enio Tatto (PT) também membro da comissão, afirmou que os municípios pequenos são beneficiados com a realização de audiências públicas, pois contam com um espaço para seus representantes apresentarem demandas. Secretário municipal da Fazenda de São Carlos, Paulo Almeida, reclamou que os municípios são obrigados a arcar com despesas do Estado, como merenda e transporte escolar e aluguel de repartições públicas estaduais. Francisco Barciela, do gabinete do deputado Carlinhos Almeida (PT), lamentou o fim das Casas de Agricultura e solicitou a difusão do Orçamento Participativo em todo o Estado. Vereadores da região Vários vereadores se manifestaram para apresentar reivindicações. Equimarcílias Freire, de São Carlos, pediu instalação de escolas de ensino médio e recursos para a Santa Casa local. Também de São Carlos, José Alvim Filho criticou o tratamento que o Estado dá à cidade. Investimentos para as universidades de São Carlos, instalação de unidade do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e dotação maior para a Santa Casa foram seus pedidos. O 2º vice-presidente da Câmara de São Carlos, Julio César, defendeu mais cuidado com a segurança pública, dizendo que a cidade apresenta altos índices de violência, segundo pesquisa recente. Ronaldo Lopes também é vereador em São Carlos e reforçou os pedidos apresentados pelo prefeito de sua cidade. A cidade de Araraquara foi representada por vários vereadores. Márcia Lia reclamou que reivindicações feitas em audiências anteriores, segundo ela, não foram atendidas. "Faltam unidades de Poupatempo na região, recursos para a saúde etc", afirmou Lia. Elias Neto propôs melhorias na vicinal que liga Araraquara e Matão. Carlos Nascimento parabenizou a CFO pelo processo de discussão do orçamento nas audiências. Entre suas sugestões estão: Orçamento Criança (prioriza ações voltadas à infância), verbas para manutenção de equipamentos da polícia e mais atenção à questão ambiental. Vice-presidente da Câmara de Matão, Aparecido de Souza, sugeriu a conclusão de dois distritos industriais na sua cidade e melhorias na rodovia Araraquara-Matão. Avelino da Cunha, vereador de Itápolis, pediu benfeitorias, como a instalação de passarela para pedestres na estrada que liga o município a Tabatinga; mais escolas profissionalizantes e mais investimentos na saúde (ambulâncias e Santa Casa). Gestora de políticas assistenciais de Motuca, Nair Coelho, indicou recuperação da via Motuca-Guariba; pavimentação do acesso à usina São Martinho e regularização do assentamento da Fazenda Monte Alegre. Vindo de Ibaté, o vereador Fábio Gomes apresentou como demanda insumos estaduais para os pequenos agricultores e construção de viaduto em Ibaté. Prestação de serviços públicos Aracy Mendes, da Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo (Apampesp), declarou que a categoria tem insistido para que o governo "faça a lição de casa": cumprimento de data-base, revisão de lei que trata do plano de carreira e que muito prejudicou o segmento, incorporação de gratificações e pagamento de precatórios, "mas não em forma de herança", protestou. Margarete Angeli, do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, informou que desde 1996 a categoria deixou de contar com processo de evolução funcional. A terceirização acabou por precarizar o ensino nas novas unidades de ensino, pois os funcionários interrompem os trabalhos a cada três meses. Afonso Amaral, do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), falou sobre regularização fundiária, solicitando recursos para continuidade desse trabalho no Estado, bem como de assistência técnica.