Consulado do Japão recebe relatório sobre contaminação da Lagoa de Carapicuíba


18/02/2004 19:03

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 Deputado Emidio (tendo ao lado esquerdo o vereador Alexandre Pimentel) fala aos alunos da escola Mario Salles no Consulado do Japão 
 fotógrafo: Mauricio de Souza<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Emidio19fevereiro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da assessoria do deputado Emidio de Souza



O cônsul da Seção Econômica do Japão em São Paulo, Katsumi Yamaguchi, recebeu na manhã desta quarta-feira, 18/2, das mãos de três alunos da Escola Estadual Engenheiro Mário Salles Souto, de Carapicuíba, relatório comprovando que o lodo retirado das obras de aprofundamento e alargamento da calha do rio Tietê e depositado na Lagoa de Carapicuíba, está contaminado por conter metais pesados e compostos organoclorados. Entre os metais estão o cádmio, cromo total e chumbo, e entre os organoclorados aparecem o heptacloro e o heptacloro epóscido, todos altamente prejudiciais à saúde humana, por serem cancerígenos.

A entrega do relatório - elaborado pela Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e pelo Laboratório Analytica Solutions - foi agendada pelo 1º secretário da Assembléia Legislativa, deputado estadual Emidio de Souza (PT). O encaminhamento do documento ao Consulado do Japão em São Paulo deve-se ao fato de que boa parte das obras no rio Tietê é financiada pelo Japan Bank International Cooperation (JBIC), que tem o governo japonês como acionista.

"Como o governo japonês é tão cioso na defesa de seu meio ambiente, queremos reciprocidade aqui no Brasil, já que ele está financiando essa obra. Pedimos então ao cônsul japonês entendimentos institucionais cabíveis ao pleno cumprimento das exigências ambientais constantes do financiamento ao governo do Estado de São Paulo", disse Emidio de Souza, acompanhado na oportunidade pelo vereador Alexandre Pimentel, do PT de Carapicuíba.

O cônsul Katsumi Yamaguchi disse que o governo japonês agirá somente após a decisão da Justiça, já que há ações movidas pelo Ministério Público contra o Estado por depositar material contaminado na Lagoa de Carapicuíba. Para o deputado do PT, no entanto, independentemente das ações movidas pelo Ministério Público, é de fundamental importância que o governo do Japão tome as iniciativas necessárias para suspender imediatamente o despejo irregular do lodo na Lagoa, por parte do Departamento de Águas e Energia Elétrica, responsável pela obra.

Futuro parque

De acordo com Emidio de Souza, o contrato prevê recursos para a colocação do lodo em aterros apropriados em Caieiras ou Guarulhos. "Por economia, o governo do Estado prefere depositar o material contaminado bem próximo do local de onde é retirado. Não há preocupação com a saúde pública, pois, no futuro, o local aterrado será transformado em parque", observou.

De acordo com o relatório, a Lagoa de Carapicuíba recebe diariamente 1.200 caminhões carregados de lodo. Até o momento, já teria sido despejados quatro milhões de metros cúbicos de material contaminado, equivalente à carga de 200 mil caminhões. Como a questão está sub judice, o lodo está sendo colocado às margens da Lagoa e não em seu interior, como vinha ocorrendo.

No encontro desta quarta-feira, o Consulado do Japão não permitiu o ingresso em suas dependências da imprensa e de representantes de organizações não-governamentais presentes à audiência.

Os alunos da Escola Estadual Engenheiro Mário Salles Souto, que se encontravam no local, foram levados para uma sala de espera localizada no subsolo do prédio, na av. Paulista, 854. O Cônsul recebeu apenas o deputado Emidio de Souza, o vereador Alexandre Pimentel e os alunos Rodrigo Romualdo da Silva, Jorge César da Silva e Tiago Leite Cerejo, que entregaram o relatório sobre a presença de metais pesados e de compostos organoclorados.

emidio@al.sp.gov.br

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