A linguagem pictórica de Norma Tamaoki encontra o seu vigor artístico na preciosidade das cores, na essencialidade das formas e no sintético das estruturas sintáticas. As paisagens e as cenas que cria sobre azulejos de cerâmica são elaborados por meio da eliminação de todos os detalhes supérfluos.A artista não descreve, mas sugere; não conta, mas evoca. Bastam-lhe poucos elementos para criar situações e condições sociais e existenciais. Os vultos de seus personagens são sempre indefinidos porque devem perder a própria individualidade para surgir como valor universal.Após passar por diversas fases, Norma Tamaoki encontrou uma linguagem mais pessoal e mais cativante no uso de cores puras, estendendo linhas que atravessam a superfície de seus azulejos. Em suas obras, cada fato, cada acontecimento sai da crônica para entrar no mundo da história. E esse milagre é devido à força do estilo.Verdadeiros símbolos de sentimentos e sensações, suas criações se encontram a meio caminho entre a concretização de uma lembrança fixada na memória e a livre expansão do seu inconsciente primitivo, sustentado por um evidente sentido de configuração. Colheita de cacau, obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, é um quadro composto sobre quatro azulejos cerâmicos pintados através da técnica de corda seca, onde a narração de Norma Tamaoki é valorizada por cores fortes, bem ambientadas ao clima do sul da Bahia, sua terra natal.A ArtistaNorma Tamaoki Nyuul, pseudônimo artístico de Norma Lúcia Gomes Tamaoki, nasceu em Ibicuí, Bahia, em 1950. Realizou vários cursos na área de cerâmica, especializando-se em diversas técnicas, com destaque para a pintura escorrida, escavação em argila e pintura de corda seca. Desde 1997 é professora do curso de pintura em cerâmica na Associação Atlética Banco do Brasil.Participou de diversas exposições individuais, notadamente: Galeria de Arte da AABB, SP (1993 a 1997); Espaços Culturais do Banco do Brasil, SP (1993) Cesec-SP; Espaço Cultural do Centro Empresarial, SP (1993, 1999 e 2002); Espaço Cultural Jaakko Poyry, SP (1994); Espaço Cultural Rhodia, SP; Espaço Cultural Sabesp; Espaço Cultural Amex/Sollo, SP; Espaço Cultural do Banco Francês e Brasileiro, SP; Oficina de Artes da Associação Atlética Banco do Brasil; Galeria Satélite, Itanhaém, SP (1996); Galpão das Artes; Associação dos Funcionários da Câmara Municipal, SP (1997); "Nossa Cidade", Museu de Arte de São Paulo, SP (2003) e Espaço Cultural V Centenário da Assembléia Legislativa (2004). Suas peças em cerâmica são utilizadas freqüentemente em cenários e programas das diversas televisões brasileiras e são encontradas em diversas coleções particulares e oficiais no exterior e no Brasil, no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa.