Morreu na noite de domingo, 5/2, aos 83 anos, o artista plástico Aldemir Martins. Seu corpo foi velado no Hall Monumental da Assembléia Legislativa, de onde saiu, às 15h, para o enterro no cemitério do Campo Grande, em Santo Amaro. Martins sofreu um infarto, em sua residência.Aldemir Martins foi pintor, gravador, desenhista e ilustrador. O crítico de arte Jacob Klintowitz assinalou, em livro que publicou sobre o artista, que não havia "limites claros para o exercício da criação de Aldemir Martins. Ele (...), com maestria, exercitou nas técnicas tradicionais da pintura, desenho, gravura, cerâmica e escultura. E avançou, de acordo com o avanço dos meios de comunicação do país, nas áreas do desenho industrial, da ilustração e do trabalho eletrônico de séries televisivas".Nascido em Ingazeiras, no Ceará, em 1922, Aldemir Martins trabalhou como artista em Fortaleza e mudou-se para São Paulo em 1946, após curta passagem pelo Rio de Janeiro. No final da década de 1940, estudou história da arte, com Pietro Maria Bardi, e gravura, com Poty, no Museu de Arte de São Paulo (Masp).Destacou-se já na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, na qual recebeu Prêmio Aquisição. Em 1956, veio o reconhecimento internacional, com o prêmio de melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza. Recebeu ainda, entre outros, o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, em 1959, e seguiu para Roma, onde permaneceu por dois anos.Sua obra, predominantemente figurativa, encontrou ao longo do tempo suportes diversos, em trabalhos com objetos comerciais, como tecidos industriais e aparelhos de jantar. Aldemir Martins foi também autor das imagens de abertura da novela Gabriela, exibida pela Rede Globo em 1975.