O romantismo do artista é o resultado de um lento amadurecimento e não o de escolhas apressadas. As composições florais de José Galvão, são ricas de vibrantes acentos e assim permeadas de uma luz interior, parecem tantas janelas que se entreabrem sobre uma paisagem ideal quase a nos impulsionar a um íntimo colóquio. Debruçar-se nessas janelas quer dizer respirar aquele ar sutil, indefinível, quase inalcançável, até mesmo mágico que atravessa nosso íntimo sem que nos apercebemos. Isso é possível quando frente às belezas do Criador e como reflexo às sugestões de uma obra pictórica voltamos à "infância". Suas composições são visões puras em que nenhuma figura humana rompe a harmonia da natureza e da obra do homem. Suas cores são tonais, atmosféricas, abrangem um amplo horizonte e traduzem um visual moderno, equilibrando os efeitos de uma síntese expressiva. Próxima de um realismo sadio sua criatividade, se afasta da tradição formal pela força cromática e pelo ímpeto pictórico de sua pincelada que cria uma pintura pastosa e bem encorpada. O amor genético que José Galvão tem por Iguape, sua terra natal, faz com que o pincel em suas mãos imprima sobre a tela uma lírica relevância das atmosferas envolventes. Na obra "Floral com Aquário", obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista une à imagem toda a luz, o calor e a poesia, transformando seu quadro num hino à natureza. O Artista Autodidata, Galvão, pseudônimo artístico de José Galvão de Aguiar, nasceu em Iguape, SP em 1953. Cursou o Colegial técnico de eletromecânica, onde adquiriu experiência em desenho técnico de mecânica e ferramentaria. Como artista plástico desenvolve seus trabalhos a lápis, lápis de cor, carvão, nanquim, aquarela e óleo. A sua técnica, adquirida por meio da curiosidade, agrupa em suas obras o spray, a espátula, a serigrafia e o pincel. A tônica de suas obras está na criação, na transformação dos ambientes, formas e no uso de cores predominantemente quentes. Dedica-se paralelamente na arte de modelar em papel machê, sobre estruturas de madeira, arame e bambu - técnica conhecida em sua região como "empapelamento". Como carnavalesco desenvolve enredos e desenha e executa fantasias e alegorias. Realizou exposições individuais na Faculdade Scelisul de Registro e nos espaços culturais das Casas Pernambucanas e do Banespa de Iguape. Participou do Mapa Cultural Paulista, nas modalidades de pintura e fotografia e expôs suas obras no Salão Benedito Calixto de Itanhaém, no Salão de Artes de Caraguatatuba e em diversas exposições coletivas. Possui obras em diversas coleções particulares e no museu de Arte do Parlamento de São Paulo.