Uma audiência pública para discutir a reestruturação acionária da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e a composição da participação da Sabesp como acionista aconteceu nesta terça-feira, 3/11. O evento foi promovido pela Liderança do PCdoB na Assembleia Legislativa, representada pelo deputado Pedro Bigardi, com o apoio do PT, do PSOL e de vários sindicatos. Estiveram presentes os deputados Adriano Diogo e Rui Falcão, ambos do PT, e Carlos Giannazi, do PSOL. Os parlamentares ressaltaram que a fusão da Emae com a Sabesp está envolta em falta de informação à população e aos trabalhadores. Adriano Diogo leu trecho de texto extraído do site da Sabesp dizendo que a empresa "firmou um acordo de confidencialidade com a Emae quanto à futura aquisição de ativos". Diogo destacou a política de alienação do patrimônio público praticada pelo PSDB e considerou que "é inadmissível haver uma operação desse porte sem o conhecimento do povo e dos sindicalistas, como se fosse uma operação apenas de mercado". O representante do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), René Vicente afirmou que "a geração de energia e o saneamento não podem ser tratados dentro de uma caixa preta". Em relação à ausência de representantes do Executivo, Giannazi propôs que a questão fosse levada ao Colégio de Líderes, com a finalidade de haver a convocação de algum representante do governo do Estado para prestar esclarecimentos sobre o tema. O parlamentar afirmou que é preciso reforçar a resistência à reestruturação acionária, "que é uma forma de acabar com a Emae". Wilson Marques, da Federação de Trabalhadores Industriais Urbanos do Estado de São Paulo, destacou que a luta contra a privatização do serviço público teve início em 1995, quando o PSDB chegou ao governo de São Paulo. O deputado Rui Falcão acusou o governo paulista de "se pautar pela ausência de diálogo e pela falta de respeito à população e ao servidor", e se opôs à política de privatização paulista. Outras questões levantadas na audiência trataram da situação em que ficariam os funcionários da Emae após a fusão; do rumo que teriam os contratos já firmados pela Emae; da prestação de serviços de controle do fluxo de água e de sua qualidade; e da geração de energia. Participaram ainda dos debates Carlos Reis, do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo; Gentil Freitas, do Sindicato dos Eletricitários de Campinas; Marcos Duarte, do Sindicato dos Eletricitários da Baixada Santista; Jesus Garcia, do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia); Eduardo Annunciato, da Federação Nacional dos Trabalhadores de Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema); e Arthur Risso, do Sindicato dos Gasistas de São Paulo.