A Assembléia paulista realizou nesta quarta-feira, 21/9, audiência pública que discutiu a experiência da Faculdade da Maturidade e sua contribuição para o envelhecimento saudável. A faculdade, que funciona na Faculdade de Guarujá desde 1999, oferece gratuitamente à população com mais de 45 anos capacitação profissional na área de Turismo. A experiência já resultou num site na internet com indicativos turísticos de Guarujá, Santos e São Vicente.Durante o evento, a deputada Maria Lúcia Prandi (PT), fundadora da Frente Parlamentar pelo Envelhecimento Saudável, comemorou a 25ª audiência da frente, e destacou a importância da aprovação do Estatuto do Idoso. Para a deputada, o estatuto ainda vem sendo implementado e deve demorar alguns anos para que seja aplicado em sua totalidade.O coordenador do curso, professor e vice-diretor da Faculdade de Guarujá, Walter Batista de Souza, fez uma palestra sobre a experiência da Faculdade da Maturidade, e destacou também a necessidade de lutar para assegurar os direitos da pessoa idosa, num tempo em que o culto ao corpo e à juventude imperam e as oportunidades de trabalho não se oferecem nem mesmo para os jovens: "Estamos em um país em que só a lei não nos garante os direitos, mas é preciso sempre muita luta para assegurá-los", afirmou.Também durante a audiência foram expostas pesquisas contendo dados sobre a vida da população de mais de 60 anos, com indicadores de consumo, de atividades culturais e de trabalho. (veja box).No final da audiência, apresentou-se o Coral do Centro do Professorado Paulista (CPP), sob regência da maestrina Heloísa Junqueira.Alguns números sobre o idosoSegundo o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Qualidade de Vida, os franceses com mais de 60 anos são 60% da população. Além da casa própria e da garantia de serviços de saúde, 80% gastam suas aposentadorias com carros de alto padrão, 50% com produtos de beleza. Além disso, 60% freqüentam eventos culturais, como concertos, exposições, teatro e cinema. Também na Alemanha, fora a garantia de moradia e serviços de saúde, a aposentadoria dos idosos com mais de 60 anos permite que gastem de 6 a 10% com lazer, e de 4 a 9% com transporte.No Brasil, apenas 20% da população sexagenária tem padrão semelhante ao europeu. É uma faixa com maior escolaridade, fixada nos centros urbanos. Dados do Dieese demonstram que 62% das pessoas com mais de 60 anos aposentadas são chefes de família e, dessas, 54% vivem com os filhos e os sustentam. Assim, a maior parte dos gastos vai para alimentação, saúde e vestuário. Os dados são de 2000.