A Assembléia Legislativa lançou nesta segunda-feira, 12/3, o livro Os Negros na Assembléia. A publicação é resultado de monografia escrita por Celso Fontana, funcionário da Divisão de Acervo Histórico, advogado e administrador, quando participou do Curso de Especialização em Governo e Poder Legislativo, ministrado por meio de convênio do Instituto do Legislativo Paulista com a Unesp. A cerimônia contou com a presença do secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, do desembargador William Marinho de Faria, representando o Poder Judiciário, e do procurador Carlos Cardoso, representando o Ministério Público Estadual, além do 1º secretário da Assembléia Legislativa, deputado Fausto Figueira (PT).Receberam homenagens os ex-deputados Theodosina Ribeiro, Nelson Salomé e Benedito Cintra, e os deputados da atual legislatura Nivaldo Santana (PCdoB), Sebastião Arcanjo (PT) e Vicente Cândido (PT). Também foram homenageados o prefeito de Suzano, Marcelo Cândido, e o deputado eleito José Cândido (PT), ale´m dos ex-parlamentares já falecidos Esmeraldo Tarquínio e João do Pulo.Fausto Figueira leu trecho de poema de autoria de Fontana e comentou a cassação do ex-prefeito de Santos e deputado estadual Esmeraldo Tarquínio. Para ele, o livro é "um ato de fortalecimento e de alerta de que somos muitos negros, mas poucos representantes", disse. "O número de parlamentares negros é muito pequeno", afirmou.O secretário da Justiça teceu considerações sobre a exclusão racial, social e educacional. "O Brasil, que pretende ser uma democracia racial, deve promover a inclusão de todos", disse Marrey.Sobre o autorFontana integrou a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, de 1986 a 1995, o Movimento Nacional de Direitos Humanos, de 1993 a 1994, os tribunais populares "Zumbi dos Palmares" e a equipe técnica da Coordenadoria do Negro da Prefeitura de São Paulo, tendo sido também delegado na Conferência Nacional de Igualdade Racial, em 2005. Segundo ele, o lançamento de seu livro é um marco histórico no Poder Legislativo, já que foi uma iniciativa da própria Mesa Diretora da Casa. Na apresentação da monografia, o autor informa que sua intenção é estabelecer uma leitura "contra-hegemônica" sobre o passado dos negros na Assembléia de São Paulo. Segundo ele, na história do Parlamento paulista, a porcentagem de parlamentares negros é de 1%. Por outro lado, "os poucos parlamentares "negros" demonstraram-se valorosos defensores da representação popular e dignificaram os mandatos que lhes foram conferidos. Resgatar-lhes a memória de trajetória de suas vidas públicas é tarefa imprescindível para valorizar a auto-estima dos negros e avançar a cidadania". Entre as breves biografias que Fontana fez de alguns destes deputados, incluem-se os nomes de Esmeraldo Tarquínio, Theodosina Ribeiro, Benedito Cintra, João do Pulo, Nivaldo Santana e Sebastião Arcanjo " estes dois últimos exercem atualmente mandato na Assembléia.