Em parceria com a Assembléia Legislativa e o Movimento Voto Consciente, o projeto Amigos da Escola, da rede Globo, reuniu alunos de três escolas da rede pública da capital de São Paulo nesta sexta-feira, 11/4, para participar do Dia Temático Educação e Participação Cidadã. O objetivo do evento, realizado no plenário Juscelino Kubitschek, no Parlamento paulista, foi mostrar aos jovens a importância de sua participação no processo eleitoral. "Cobrem resulados dos representantes, mas jamais fujam das urnas", aconselhou aos estudantes o deputado Waldir Agnello, 1º vice-presidente no exercício da presidência da Assembléia Legislativa. Muitas das mudanças feitas no Parlamento, dando maior transparência a suas atividades, são resultado de participação da sociedade, "de pressão dos eleitores para saber o que seus representantes estão fazendo", lembrou Agnello. A representação política é um fenômeno complexo e polêmico, avaliou o secretário-geral da Assembléia Legislativa, Auro Augusto Caliman, em palestra aos alunos. "Trata-se de um arranjo social pelo qual as pessoas escolhem representantes para decidir em nome delas", esclareceu. Esse mandato, no entanto, não é imperativo, observou. "É ficção imaginar que o representante parlamentar votará sempre do mesmo jeito que cada um de seus eleitores votaria. Uma vez eleito, o parlamentar tem mandato livre para decidir de acordo com suas convicções", avaliou o secretário-geral. Caliman destacou ainda o trabalho voltado para os estudantes que a Assembléia Legislativa realiza: o Parlamento Jovem, que ele definiu como "um exercício de democracia". Criado há dez anos, o Parlamento Jovem possibilita que alunos de todo o Estado, eleitos a partir do regulamento do evento, sejam deputados por um dia. "Nesse dia, formam-se algumas convicções, como a troca de idéias, o respeito ao diálogo e ao resultado determinado pela maioria", completou. A Câmara Municipal de São Paulo tem um programa semelhante para inclusão dos jovens no processo cívico-político, lembrou Breno Gandelman, secretário-geral parlamentar do Legislativo municipal. Depois de relacionar a elaboração das leis à criação de normas, semelhantes àquelas que fazem parte do dia-a-dia das pessoas, Gandelman avaliou que "o Parlamento hoje tem instrumentos para garantir a participação popular. Não basta eleger o representante e pronto, a missão está cumprida". Uma das entidades que tem ocupado esse espaço aberto à sociedade é o movimento Voto Consciente. A coordenadora da instituição na Assembléia Legislativa, Rosângela Giembinsky, falou sobre o movimento, mantido por voluntários, criado há 20 anos e hoje presente em 80 municípios de todo o país. "Um dos nossos objetivos, além de conscientizar o cidadão, é lembrar que o processo continua após o voto, cobrando dos eleitos o compromisso na resolução de problemas sociais", afirmou Rosângela. Pesquisa realizada pelo Voto Consciente mostrou que, em 2006, apenas 43% dos jovens com 16 anos exerceram seu direito de voto. "Essa participação precisa ser incentivada, e um exercício que deve ser praticado é a eleição dos grêmios escolares", propôs Rosângela. Foi exatamente com a simulação da eleição do grêmio da Escola Estadual Flávio Negrini que o evento foi encerrado. A votação foi feita em um computador, com o uso de um programa desenvolvido na própria escola.