Opinião - Pavilhão Fernandinho, referência nacional


18/08/2011 18:24

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Sou médico por formação e durante muitos anos exerci minhas atividades na Santa Casa de São Paulo. Hoje, orgulho-me de continuar a fazer parte daquela instituição, agora como conselheiro.

Sou testemunha do trabalho exaustivo desenvolvido no Pavilhão Fernandinho, verdadeira referência nacional, fruto de amor e bondade, que há 80 anos, comemorados em 19 de julho, vem servindo a população na prestação de assistência em ortopedia e traumatologia.

Em 8 de agosto último, foi realizado um evento comemorativo à passagem do aniversário de fundação do pavilhão, na Sala São Paulo, e o provedor da Santa Casa, doutor Kalil Rocha Abdala, falou sobre a importância do referido pavilhão. Suas palavras, abaixo reproduzidas, refletem exatamente tudo o que poderia ser dito a respeito:

"Professor é aquele que traz fé e esperança, médico é aquele que pode ajudar a aliviar a dor". Com este pensar, Roberto Simonsen, senador por São Paulo, em 1920, quando acabara de perder um filho, garoto ainda, começando a desabrochar para a vida, num gesto magnânimo, encetou campanha para a construção de um pavilhão dentro da Santa Casa, que recebeu o nome de Fernandinho Simonsen. Inaugurado em 1931, é hoje referência nacional em atendimento ortopédico.

Fernandinho, filho do senador, sofreu uma crise de apendicite aguda e foi atendido e operado pelo diretor, doutor Rezende Puech, que, apesar de utilizar os recursos de que dispunha, não conseguiu salvá-lo.

Os esforços despendidos pela equipe para salvar o garoto foram de tal porte, que o senador e sua esposa Rachel, em sinal de agradecimento e reconhecimento, decidiram se empenhar ao máximo para viabilizar a construção, dentro do complexo hospitalar da Santa Casa, de um pavilhão destinado à cirurgia infantil, como homenagem ao filho querido. Receberam para isso a ajuda de familiares e recursos advindos de alguns colaboradores

Assim nasceu o prédio que hoje abriga o setor de ortopedia dentro da nossa Santa Casa, sinônimo de qualidade na assistência médica e do espaço que ocupa cientificamente na comunidade acadêmica, tanto nacional quanto internacionalmente.

Continuamos, desta forma, a atender os carentes e necessitados que recorrem diariamente ao quadrilátero da Santa Casa, instalado no velho e tradicional bairro de Santa Cecília.

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo engalana-se por estas conquistas e pelos 80 anos, que considera mais do que uma vida.

É simplesmente uma história de capítulos diários no atendimento aos pacientes e não se pode deixar de mencionar o nome dos diretores que sucederam o professor Rezende Puech: Domingos Define, Orlando Pinto de Souza, José Soares Hungria Filho, Waldemar de Carvalho Pinto Filho, Rudelli, Hungria Neto, Osmar Camargo, Cláudio Santilli e o atual Osmar Avanzi, homens que, de forma indelével, já deixaram seus nomes gravados no Pavilhão Fernandinho Simonsen.....

Continuem a confiar nesta entidade composta de verdadeiros abnegados e gente muito séria".

Particularmente, gostaria de cumprimentar a todos que integram o Pavilhão Fernandinho, seus diretores, médicos, enfermeiros, colaboradores e voluntários, que salvam vidas, amenizam a dor, confortam na tristeza e agonia, mas acima de tudo, amam aos seus semelhantes mais do que a si mesmos.



*Antonio Salim Curiati é médico e líder do PP na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp