O geométrico de Ferrara: uma evocação atávica através da racionalidade, lógica do espaço e da cor


09/05/2008 09:50

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Emoções<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2008/emocoes PB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> José Armando Ferrara<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2008/Ferrara.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Com vigorosa coerência, a pesquisa de José Armando Ferrara alcança uma nova visão que confirma o precedente empenho de absoluta racionalidade e de lógica do espaço e da cor. Ao mesmo tempo em que trata de uma verificação no plano da sensibilidade e da emoção, sua obra se abre em direção a uma liberação total.

Essencial, simples e imediatamente humana, sua pintura transmite uma felicidade feita de lugares e de imagens, de horas e de coisas filtradas interiormente e capazes de conservar o sentimento que acompanha o nascimento da obra.

Personalidade completa que passa com extrema facilidade de uma ação a outra no campo cultural, esse artista é um criador no sentido mais amplo do termo e um teórico em perspectiva.

Por sua formação e em virtude dos trabalhos atuais, está hoje mais próximo da pintura geométrica e construída do que da naturalista ou descritiva de antes.

Seriedade e coerência são pontos marcantes na obra de José Armando Ferrara. O conhecimento que possui do desenho e da cor fazem com que seu geométrico evite uma certa frieza plástica. O olhar do espectador perscruta a obra e ali encontra uma atmosfera envolvente e uma evocação de amor atávico pelo solo nativo.

Emoções, obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo de Julho, reflete a força da terra, representada por um globo em movimento com seus quatro quadrantes, onde com uma pena a nanquim o artista cria ziguezagues e linhas que serpenteiam ou flutuam no espaço decididamente instável, mas que indicam os sulcos dessa mesma terra.







O artista



Ferrara, pseudônimo artístico de Jose Armando Ferrara, nasceu em São Paulo em 1938. Formou-se no curso de Artes Gráficas do Senai, em 1955, e na Escola de Arte Dramática, em 1961. Cenógrafo, designer gráfico, arquiteto, pesquisador, organizador de eventos, foi durante anos diretor de cenografia da TV Cultura.

Desenvolveu, entre outros projetos, a cenografia de "Morte e Vida Severina", no Teatro da PUC, em 1965, "Medéia", no Teatro Anchieta, em 1970 e "O Carrasco do Sol", no mesmo Teatro, em 1973.

Trabalhou com cenários de TV, sendo o responsável pelos programas "Meu Pedacinho de Chão" (1971), "Vila Sézamo" (1972) e "Um Banda Um" (1982).

No campo das artes plásticas obteve, em 1964, uma bolsa de estudos como prêmio no Salão Anual de Cursos Livres. Também foi premiado com o primeiro lugar no Salão de Artistas Plásticos Universitários, em 1965. Suas exposições individuais de maior destaque foram na Galeria Directa, em 1965 e na Galeria Artécnica, em 1966.

Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp