Dificuldades para implantação do VLT na Baixada Santista


11/03/2004 16:42

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Da assessoria da deputad Maria Lúcia Prandi

Em audiência solicitada pela deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT), o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou que "o projeto de implantação do VLT tem uma perna manca, que é a viabilidade econômica". Em 1999, o governo do Estado chegou a anunciar que o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) entraria em operação até 2001. Em 2002, mais uma vez, foi anunciado o lançamento do edital da concorrência pública para implantação do projeto, o que também não ocorreu.

"A Baixada Santista precisa de um transporte de massas de qualidade, rápido e confortável, que integre os municípios. A população é bastante prejudicada pela falta dessa integração. Paga caro, tem que fazer baldeações, sofre com a demora, os atrasos, os ônibus cheios e a falta de conforto", lamentou a deputada.

Segundo afirmou Jurandir Fernandes, os empresários não estão demonstrando interesse pelo projeto e o Estado não poderia arcar sozinho com os custos. Apenas o primeiro trecho do VLT, entre Barreiros, em São Vicente, e a Av. Conselheiros Nébias, em Santos, está orçado em R$ 238 milhões. Para ampliar a rede e interligar os sete municípios, de Cubatão a Peruíbe, o custo ultrapassaria R$ 1 bilhão e 200 mil.

Promessa antiga

Munida de vários documentos e reportagens de jornal, a deputada Maria Lúcia Prandi afirmou que o VLT está prometido desde 1999, quando o Trem Intrametropolitano (TIM) foi retirado de circulação. Destacou também que o terreno da antiga Fepasa foi vendido, com a promessa de que os recursos seriam aplicados na implantação do VLT. "No entanto, os recursos entraram para o caixa do Estado e nada aconteceu", queixou-se a parlamentar.

Jurandir Fernandes admitiu que há um peso histórico e que houve compromissos. "Não desistimos. Estamos tocando", afiançou. O presidente da EMTU, Joaquim Lopes, frisou que estão em curso estudos para diagnosticar que outras fontes de recursos poderiam ser usadas para reduzir a conta do VLT. A deputada Prandi expressou opinião contrária a qualquer iniciativa de criar uma contribuição de melhorias.

Medidas imediatas

Diante da falta de perspectivas de implantação do VLT, o secretário Jurandir Fernandes se comprometeu a dar continuidade a estudos para melhorar o transporte de massa na Baixada Santista. Um dos pontos fundamentais, já identificados pela EMTU, é a necessidade de promover a integração do sistema de São Vicente com a rede metropolitana, além de ampliar a acessibilidade à área continental do município.

"Uma estação de transferência em Samaritá dá para sair já", adiantou Joaquim Lopes. Para a Praia Grande, está em estudos a implantação de novos mecanismos de controle de velocidade, em substituição às lombadas, além do aumento da capacidade dos veículos e atendimento à população escolar que se dirige a Santos. Em Cubatão, avanços podem ser obtidos com racionalização e melhor integração entre os sistemas municipal e intermunicipal.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp