É curioso sublinhar que a pintura de Jackson Pollock, que fez escola nos Estados Unidos, está exatamente nos antípodas da arte precisa e medida de Piet Mondrian, que não fez menos escola na França. A violência de sua obra é totalmente exterior. Na realidade, essa pintura agressiva é executada lenta e seriamente. Não existe nenhuma provocação nesse pintor, mas uma necessidade real de executar o que ele faz: uma união íntima entre o homem e a obra.Jackson Pollock, que morreu há 50 anos, costumava dizer: "Minha pintura não vem do cavalete. Prefiro aplicar a tela ao muro, contra a parede nua, ou estendê-la ao chão, porque sinto necessidade da resistência de uma superfície dura. Me sinto mais à vontade para trabalhar no chão. Me sinto então mais próximo da pintura fazendo parte dela de qualquer maneira".Alguns artistas brasileiros, como Emerson Zalotti, Lizeth Luz, Oskar Orsi e Tacio Andreassi, que têm obras no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, foram influenciados pela escola do mestre abstracionista. Dedicamos esta página a obras desses quatro artistas. Homenagem a Pollock, de Emerson Zalotti " Essa obra assinala as coordenadas emotivas de uma espécie de papel de sonhos e de esperanças que exprime com intensidade um instante registrado no fluxo do tempo.Quante, de Lizeth Luz" O que nos fascina em sua obra é a luz e sua ambigüidade, o espaço e sua estrutura, o quadro como fonte ativa de luz, a vibração do trabalho sobre a "visão", o quadro como recorte de um espaço universal e, finalmente, o quadro como um espaço mental.Tributo a Pollock, de Oskar Orsi " Seus arabescos por camadas cromáticas sobrepostas constituem uma forma de libertação interior que alcança um certo delírio intelectual ou uma espécie de exorcismo.Abstrato, de Tácio Andreassi " A vivacidade de sua pintura é toda exterior. Em realidade, ele a executa lenta e seriamente. Não existe nenhuma provocação do autor em sua obra, mas uma necessidade real de concretizar o que ele faz e como o faz: uma união íntima entre o homem e a sua criação.