Morre ex-deputado Julio Marcondes


30/03/2011 19:04

Compartilhar:

Julio Marcondes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2011/FOTOGRAVATA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Faleceu em Garça, SP, no último dia 27 de março de 2011, vitimado por parada cardiorrespiratória o ex-deputado estadual Julio Marcondes de Moura.

Julio Marcondes de Moura, conhecido por Julinho, nasceu em São Carlos - SP, em 16 de abril de 1934, filho de Cornélio Marcondes de Moura e Auta Bittencourt Marcondes.

Realizou seus estudos no Ginásio Santo Antônio e na Escola Técnica de Comércio de Garça. Aos 12 anos de idade ingressou como funcionário no Cartório do 2° Ofício, permanecendo nesse trabalho até os 20 anos. Exerceu ainda o cargo de Oficial de Registro Civil em Álvaro de Carvalho.

Filiado ao Partido Social Progressista - PSP, de Adhemar de Barros, entrou para a política quando concorreu, em 10 de março de 1956, para o cargo de prefeito do município de Álvaro de Carvalho, vencendo o pleito com apenas cinco votos de diferença do segundo colocado, tendo tão somente 21 anos de idade, um dos mais jovens do país.

No pleito de 26 de março de 1961, foi eleito prefeito de Julio Mesquita, administrando o município até 1965, quando nesse ano, nas eleições realizadas em 7 de março, foi novamente conduzido pelo voto direto da população à chefia do Executivo da cidade de Álvaro de Carvalho.

Com o fim do pluripartidarismo, pelo Ato Institucional nº 2 do governo militar, e a instituição do bipartidarismo, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro - MDB, partido de oposição ao regime militar implantando no Brasil em 1964, sendo membro do diretório regional em São Paulo. Afastou-se da administração de Álvaro de Carvalho um ano antes do término do mandato com o objetivo de comprovar seu domicílio eleitoral e disputar a prefeitura de Garça. Em 15 de novembro de 1968, sagrou-se vencedor nas eleições, passando a governar no município do ano seguinte.

Em 1970, durante o regime militar, Julio Marcondes, com base do Ato Institucional n° 5, que dava totais poderes ao chefe da nação de intervir nos municípios, foi afastado do cargo, e Garça sofria uma intervenção federal sob a justificativa de que o prefeito teria cometido "possíveis irregularidades administrativas", mas ele seguiu no MDB apoiando seus candidatos.

Quando foi obrigado a sair da prefeitura, transferiu-se, em 1976, para o norte do país, passando a residir em Belém, e ocupou o cargo de diretor presidente da empresa Agropecuária Pará-Garça S/A, e de diretor da Cia. Madeireira Marcondes & Meinberg Ltda, com sede em Conceição do Araguaia - Pará. No ano de 1982, retornou a Garça a fim de disputar novamente a prefeitura.

Venceu a convenção do Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB, e mais uma vez foi eleito em 15 de novembro de 1982, obtendo 6.872 votos, exercendo um mandato de 6 anos (1983-1988).

Exerceu a administração do município mais uma vez, entre 1997 a 2000, quando foi eleito pelo Partido Popular Brasileiro - PPB, no pleito de 3 de outubro de 1996, com 9.771 votos.

À frente da prefeitura de Garça, criou e instalou o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), pavimentou grande quantidade de quarteirões, criou e reformou escolas municipais no perímetro urbano e rural, reformou escolas na rede de ensino estadual e foi responsável pela instalação do 2° Ginásio de Garça (atual escola Lydia Yvone). Foi responsável pela construção do ginásio de esportes e da praça da Matriz de São Pedro. Trouxe para Garça a agência do Banco do Estado de São Paulo - Banespa, executou o calçamento das estradas dos bairros Ribeirão da Garça e Itiratupã e instituiu a Apae no município, cujo primeiro presidente foi o então vice-prefeito, Danilo Fagá. Garça ainda recebeu seu primeiro caminhão coletor de lixo e sua primeira ambulância para transportar doentes para outros municípios.

Com visão político-administrativa, Julinho implantou uma reforma no funcionalismo municipal, corrigindo distorções tanto entre funcionários da ativa quanto entre os aposentados.

Filiado ao Partido Democrático Trabalhista - PDT, elegeu-se em 3 de outubro de 1990, deputado estadual com 20.383 votos, tendo tomado posse na Assembleia Legislativa, do Estado de São Paulo, em 15 de março de 1991, para a 12ª legislatura (1991-1995). Nesse período foi integrante da Comissão permanente de Agricultura e Pecuária, como membro efetivo, e suplente na de Fiscalização e Controle.

Em 6 de dezembro de 1993, em sentença proferida pela Justiça, e que transitou regularmente em julgado no dia 18 de fevereiro de 1994, passou a chamar-se Julio Julinho Marcondes de Moura.

Transferindo sua filiação para o Partido Social Democrático - PSD, passou a integrar essa bancada na Alesp, e no pleito de 3 de outubro de 1994, candidatou-se a reeleição para o Palácio 9 de Julho, mas obteve apenas uma suplência, com 19.338 votos. Com o fim do seu mandato parlamentar em 14 de março de 1991, não retornou mais ao Legislativo paulista.

O último evento político do qual Julio Marcondes participou foi a posse dos deputados estaduais de São Paulo, no último dia 15 de março, na Assembleia Legislativa na capital paulista.

Em abril deste ano, Julinho Marcondes receberia título de cidadão de Álvaro de Carvalho e, em maio, o título de cidadão mariliense, proposto pelo vereador Eduardo Nascimento pelos relevantes trabalhos prestados.

Foi casado com Lyria Joly Kemp Marcondes, com quem teve seis filhos: Adhemar, prefeito da cidade de Álvaro de Carvalho; Cornélio, prefeito de Garça; Julio Filho, vereador à Câmara Municipal de Graça; Lyria, Maria Cândida e Juliana.

Após passar mal em sua residência, foi levado ao hospital São Lucas, de Garça, mas não resistiu. O corpo do deputado Julio Marcondes foi velado inicialmente na cidade de Álvaro de Carvalho, onde iniciou sua carreira política, e posteriormente na Câmara Municipal de Garça, sendo sepultado no Cemitério Santa Faustina, na mesma cidade.





*Antônio Sérgio Ribeiro é advogado e pesquisador. Diretor do Departamento de Documentação e Informação da Alesp

alesp