O fato de ser a carga tributária brasileira uma das mais altas do mundo aliado à dificuldade da fiscalização tributária pode concorrer para a sonegação fiscal? Esta é uma das questões que poderiam vir a ser esclarecidas no desenrolar da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Guerra Fiscal, que deverá ser concluída nos próximos seis meses.

Na ótica do deputado Roberto Morais (PPS), presidente da comissão, um dos depoentes convidados para participar da sessão do dia 13/2, o proprietário da Máster Consultoria Tributária, Adauto Kyota, estaria tentando "reinventar o capitalismo e reinterpretar o relacionamento intraempresarial" ao tentar explicar, sem sucesso, as transações que intermediou no caso da exportação da soja.

À reunião, que contou com a presença de todos os integrantes da comissão, compareceu outro depoente, também envolvido na operação, o proprietário da Axis, Pedro Paulo Puglisi de Assumpção, que tampouco contribuiu para melhorar os esclarecimentos.

Após muitas indagações, resolveu-se que, dada à escassez do tempo, os próximos depoentes serão convocados e não mais apenas convidados, visando acelerar o andamento dos trabalhos. Dessa forma, provavelmente, o cronograma anteriormente estabelecido, que previa para 20/2 outra programação, poderá sofrer alterações, face aos desdobramentos surgidos na reunião de 13/2.

As novas convocações deverão incluir o responsável pela pasta da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa, bem como contadores de empresas e auditores da Fazenda envolvidos na investigação do processo de exportação da soja.