Importante para formar uma vida em obra ou uma obra em vida: o detalhismo de Tamanini

Acervo Artístico
27/07/2005 16:48

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"Paz na terra", obra doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/tamaniniobra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Rodolpho Tamanini<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Tamanini.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A liberdade dos artistas naif"s é ligada ao que eles representam como lhes apetece, e como eles amam. "Naif" na língua francesa significa ingênuo e, portanto, não tem o mesmo sentido do primitivo. Um ser aculturado pode ser ingênuo e ter um profundo grau de pureza. Rodolpho Tamanini Neto traduz com ingenuidade um universo onde se reencontram as paisagens familiares, as horas do dia, os homens, as plantas e as coisas.

O artista envolve o observador com uma pesquisa estilística consolidada. Sua aproximação ao detalhismo e à exaltação dos valores tonais é de um artista com uma surpreendente experiência, o impulso à descrição se desenvolve dentro de uma sábia análise volumétrica.

As imagens, nas quais as arquiteturas reclamam um papel preeminente, se desenvolvem pouco a pouco e se tornam representação pictórica de excelente nível. O estudo da luz e dos espaços sugere desenvolvimentos cada vez mais promissores. Tamanini parece ter nascido com a paisagem urbana e com ela demonstra ter um elo visceral, ele é capaz de colher o sentido das transformações de sua terra natal: São Paulo.

Compreende-se perfeitamente a qualidade desse artista em toda as suas projeções. Meditando sobre a musicalidade das notas ou dos versos poéticos que aparecem espontâneos, ao observar suas obras, mais forte se torna sua interioridade artística.

O seu prazer de vida se identifica com os espaços escondidos, além das imagens reais, dos centros urbanos, dos campos, das colinas e das favelas. Muito além daquela vida aparente, densa de significados e de consonâncias, o pintor prepara na tranqüilidade prazerosa dos infinitos, outras agradáveis e misteriosas harmonias.

Poesia, espontaneidade e fantasia são evidentes em "Paz na terra", obra doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista. Tamanini detalha a vida com minúcias do cotidiano e conforme ele próprio acentua: "são importantes para formar uma vida em obra ou uma obra em vida".

O Artista

Rodolpho Tamanini nasceu em São Paulo em 1951. Artista autodidata, realizou diversas exposições individuais, entre as quais destacam-se: Mini Galeria USIS, SP (1971); Galeria no Sobrado, SP (1972); Espaço Cultural Caterpilar, SP (1973); Galeria Itaú, SP (1975); Espaço Cultural Clube Naval de Brasília (1976); Galeria do Instituto Brasil-Estados Unidos, SP (1977); Galeria Cravo e Canela, SP; Caixa Econômica, SP; Museu do Sol, Penápolis, SP (1980); Galeria Jaen-Jacques, RJ (1982, 1984 e 1988); Galeria Jacques Ardies, SP (1980, 1982, 1992, 1995 e 2001); Espaço Cultural Sambra, SP (1982); Espaço Cultural Mário Pedrosa, SMC, SP; Solar da Marquesa dos Santos, SMC, SP; Centro de Cultura Patrícia Galvão, Santos, SP (1998); Hall da Secretária de Estado da Cultura, Curitiba, PR; Espaço Cultural da Biblioteca Alceu Amoroso Lima, SP (1999); "Croquis e Resultados", Espaço Cultural da Biblioteca Alceu Amoroso Lima, SP (2001); Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, Juiz de Fora, MG; Fundação Cultural São João Nepomuceno, MG (2002).

Participou também de inúmeras exposições coletivas: Museu do Folclore, SP (1970); Chapei Art Show, Colégio Maria Imaculada, SP (1970 a 1995), Bilder aus Brasilien, Holtzinger Gallery, Munique, Alemanha (1971); Brazil Expo 73, Falais dês Painters, Bruxelas, Bélgica (1973); Brazilian Naive Painters, mostra itinerante, EUA (1971 a 1976); Brazilian Naive Art, Grinter Gallery, Miami, EUA (1978); "Arte Original Brasileiro", Bonis Hall, Manchester e Londres, Inglaterra (1980 a 1982); Panorama da Pintura Ingênua, Galeria Jean-Jacques, RJ (1981 a 1988); 8 Peintres Naïfs Brésiliens, Galerie Pro-Arte Kasper, Morges, Suíça e Marseille, França (1983 e 1985); Brasilianse Naivistike Malere, Lyngdy, Kunstforening, Copenhagen, Dinamarca (1986); "Dois Mineiros, Um Paulista", Galeria Jacques Ardies, SP (1987); "Arte Naif", Galeria Jacques Ardies, SP (1990); Brazilian Art Collection, IMF Visitor Center, Washington, EUA (1991); Brazilian Naive Art, Art Space Gallery, Atlanta, EUA (1992); Braziliam Naive Art, The Alternative Gallery, Kansas City, EUA (1993); Galeria Jacques Ardies, SP (1994); L"Ambre de Noel, Galerie Jacqueline Bricard, Lourmarin, França (1995); Museu d"Art Naif, Figueiras, Espanha (1999); "Arte Naif", Galeria Aliança Francesa, SP (2000); Galerie Megic Ve Dne, Budejovice, República Tcheca (2002); Galerie Futura, Praga, República Tcheca (2004); "Uma viagem de 450 anos", SESC Pompéia, SP; "A Hebraica", "Exterior/Interior", SP (2004).

Suas obras encontram-se em inúmeras coleções particulares e oficiais e suas referências publicadas em catálogos e livros de artes plásticas nacionais e estrangeiros.

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