Acervo Artístico: Di Bonetti pinta o mundo urbano onde os homens parecem ter saído de cena

Emanuel von Lauenstein Massarani
16/03/2004 14:00

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Di Bonetti, pseudônimo artístico de Dirce Bonetti<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Di B.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Di Bonetti constrói sobre a tela uma interrelação dinâmica entre massas sólidas, superfície e espaço em perfeita tensão. E pinta o que sente com paixão, rapidez e segurança, sobretudo nessa fase urbana onde homenageia São Paulo.

Tudo aparece em equilíbrio: os fatores cúbicos - como a superfície e o volume - são despojados de todo mecanismo estrutural utilitário para um fim poético. O equilibrado jogo de luz proporciona um sentido de vitalidade às composições.

Seus quadros não são condicionados pelos problemas das prospectivas ou das condições atmosféricas, mas coordenados por linhas que sugerem amplitude da paisagem. Sem abusar do ritmo esquemático, também está evidente o esforço de romper uma eventual composição arquitetural estática.

Encerrados e constritos dentro de aglomerados urbanos, os blocos monolíticos sucedem-se numa solução de continuidade, sem respiro e emergem das telas de Di Bonetti destacando-se sobre fundos impregnados de um forte monocromatismo.

Sob essa luz, toma força e vontade um mundo onde se repercutem um sentimento grave e medido da vida. O tempo já fixou os próprios espaços perpétuos, as próprias cadências. Trata-se de um mundo onde os seres humanos parecem ter saído de cena, deixando atrás de si toda a reverberação, a densa impalpabilidade de suas almas.

Na obra "Viaduto do Chá", doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, a simbiose espaço cor alcançada pela artista lhe consente elaborar uma pesquisa cromática de maneira que sua tela alcança um potente relevo invocador, em espaços ilimitados, densos de luzes e sombras.

A Artista

Artista plástica e fotografa, Di Bonetti, pseudônimo artístico de Dirce Bonetti, nasceu em Paranavaí, Paraná em 1959. Formou-se pela Escola Pan-americana de Artes em 1995. Aperfeiçoou-se na técnica de óleo sobre tela a partir de 1985, freqüentando cursos nos ateliers de Waldo Bravo, Satie Kawaguchi, Carlos Zibel Costa, Olga Beltrão, Tânia Casseb, Coaraci Zanotti e Margarida J. Vonzubem Baccetti.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, entre as quais destacamos: Salão de Artes Plásticas de Verão e Salão de Artes Plásticas Primavera, Selarte (1995); VI Prêmio Paleta de Ouro, Nacne-Núcleo de Arte, Cultura e História, Mokiti Okada, SP (1996); 7o. Prêmio Brasil Acadêmico de Artes Plásticas, Mokiti Okada (1997); "Espírito em Liberdade", Casa da Cultura CAOA; "Luz e Cor", Espaço Cultural de São Paulo Tower, SP; V Concurso de Arte Livre Sant Germain, Galeria Elmi Accioly, SP; "Mulher: Arte e Ofício", Galeria SP (1999); "500 Anos de Descobrimento", Torres Vedras, Portugal (2000); "Expressões", CROMO, Espaço de Arte, Curitiba, PR (2001) e "Expo Made In Brazil", Washington USA (2002).

Inúmeras vezes premiadas, suas obras encontram-se nos Acervos da Rede Mulher de Televisão; Estúdios da CNT, Televisão; Igreja Santíssimo Sacramento; Casa da Cultura Caoa; Rádio Sociedade Nova Esperança, PR; Bistrô, Nova Esperança PR; Projeto SOS Fausto Rocha e Bradesco S/A.

Paralelamente a suas atividades como pintora incumbiu-se da curadoria dos seguintes eventos: "Concurso Calendário Textoart 2002"; "Sonhos, Buscas e Arte"; Exposição Coletiva "Semana da Qualidade"; I Exposição Coletiva do Ipê Club; Inauguração do Espaço Cultural da Casa de Cultura Caoa.

Está catalogada no Anuário Brasileiro de Artes Plásticas Consulte (2002, 2003 e 2004); Artes & Artistas, lançado pela Casa do Restaurador (2001); Anuário Brasileiro de Artes Plásticas Consulte (2002 e 2003); Dicionário, Catálogo Artes Plásticas, Brasil, Julio Lousada (1999) e Dicionário Artes Plásticas no Brasil, Ed. Markovitch (1998).

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