CÂNCER DE MAMA: ENCARANDO O PROBLEMA DE PEITO ABERTO - OPINIÃO
Nas últimas décadas, a medicina e outras ciências acumularam conhecimentos suficientes para conseguir a cura de vários tipos de câncer, desde que descobertos no início e tratados adequadamente. O aparecimento de novas técnicas de diagnóstico, como a ecografia, e a concentração de esforços de pesquisadores das mais diferentes áreas sobre o problema do câncer aliviaram consideravelmente a situação. Entretanto, a alta incidência dessa doença e a irreversibilidade dos casos avançados fazem com que o câncer continue sendo um estigma para a humanidade e, para muitos, ainda um tabu .
A primeira é, sem dúvida, a falta de informação. Muita gente ainda acredita que o câncer não tem cura. Isto gera uma atitude fatalista. Essa atitude de fuga, resultante do desconhecimento e do medo, leva a pessoa a evitar saber se tem ou não algum tipo de doença maligna em estado latente ou inicial. E é justamente nos estágios iniciais da doença que as possibilidades de cura são maiores.
A outra causa que explica tanto o desconhecimento é a reduzida preocupação das pessoas com as práticas preventivas de saúde. Este é um problema de formação cultural, mas também de grave responsabilidade governamental. Tradicionalmente, o sistema de saúde brasileiro tem-se voltado para curar doenças em estágios intermediário e terminal, e não para detê-las no início de seu desenvolvimento ou para preveni-las. Não é por acaso que os centros de saúde estão muitas vezes vazios, enquanto os hospitais andam cheios.
Entre os tipos de câncer que afetam a população feminina, o de mama é o que tem merecido a maior preocupação das mulheres. Primeiro, porque, apesar de todos os avanços científicos, a mortalidade por essa doença não tem se reduzido de forma importante no mundo todo. A outra razão, mais subjetiva e não menos importante para a maioria das mulheres, deve-se ao fato de que, até pouco tempo atrás, a única forma de tratamento era a mastectomia radical, ou seja, a retirada não só da mama, mas também de parte da musculatura do tórax e da axila.
Esse tipo de cirurgia tem em seu caráter mutilador um elemento de agressividade que fere a sensibilidade da mulher e, freqüentemente, é visto com mais receio do que a possibilidade de cura. Ou seja, muitas mulheres chegam a preocupar-se mais com o problema estético da mutilação do que com a própria gravidade da doença. É que, muito mais do que um órgão de estímulo sexual, a mama é, na realidade, quase que o próprio símbolo da feminilidade. Os dois fatores, longe de levar a um maior controle da doença, ao contrário têm sido um entrave ao mesmo.
Inúmeras mulheres adotam, em conseqüência, uma atitude fatalista em relação ao câncer da mama, que se resume em duas trágicas e falsas expectativas: primeiro, a extirpação da mama, depois, a morte inevitável.
O principal é evitar o desespero e o pânico. A prova de que uma situação destas pode e deve ser enfrentada com tranqüilidade são os inúmeros casos de mulheres que foram inteiramente curadas e levam vida normal.
Claro que essas mulheres tiveram a sorte ou a prudência de submeter-se ao diagnóstico precoce. Nestas condições, 90% dos casos de câncer mamário podem ser curados.
E agora já temos à disposição em Bauru um centro especializado para a realização de exames detalhados contra esta grave doença que atinge uma em cada dez mulheres. Trata-se do Instituto de Câncer de Mamas "Lyenne Berriel Cardoso", construído na Maternidade Santa Isabel.
O governo do Estado investiu cerca de R$ 840 mil para tornar realidade essa obra social que beneficia toda a região. O instituto tem capacidade para realizar cerca de 500 consultas por mês. O atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o público-alvo é composto por mulheres na faixa etária acima dos 50 anos.
Como médico ginecolista e mastologista, sempre preocupado com a saúde da mulher, lutamos e conseguimos transformar em realidade um antigo sonho que, a partir de agora, irá salvar milhares de vidas.
Pedro Tobias é médico e deputado estadual pelo PSDB
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