De solista a regente, uma história de luta


24/05/2005 16:31

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O programa tem o objetivo de despertar noções de superação, solução de problemas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/pianista contra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> João Carlos Martins<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/pianista medio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pianista e regente da Bachiana Chamber Orchestra, João Carlos fala sobre sua história<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/PIANISTA GERAL.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu nesta terça-feira, 24/5, o pianista e regente da Bachiana Chamber Orchestra, João Carlos Martins, para falar sobre sua história. João Carlos Martins, um dos grandes intérpretes mundiais da obra de Johan Sebastian Bach, teve sua carreira interrompida diversas vezes em razão de problemas de saúde que afetaram suas mãos e agora se dedica à regência.

O evento faz parte da programação de palestras motivacionais promovidas pela Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Assembléia Legislativa " o programa tem o objetivo de despertar noções de superação, solução de problemas, trabalho em equipe, confiança e valorização de habilidades pessoais através do conhecimento da experiência de alguém, do ponto de vista humano e profissional.

A palestra, que foi apresentada pela jornalista Oriana Tossani, teve o formato de talk-show e foi precedida de um vídeo com momentos importantes da carreira de solista de João Carlos Martins, desde seu primeiro concerto, aos 9 anos de idade, até o último, aos 62. O vídeo traz imagens emocionantes, como o retorno do pianista ao Carnegie Hall, em Nova Iorque, ou executando uma peça ao piano com um dos dedos amarrado (para evitar espasmos).

História

João Carlos Martins estreou, aos 20 anos, no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Tocou com as maiores orquestras do mundo, como a Los Angeles Philharmornic Orchestra, American Symphony Orchestra, English Chamber Orchestra, e com músicos como o maestro Zubin Mehta e o músico de jazz Dave Brubeck.

O primeiro problema ocorreu com a mão direita, após se ferir num jogo de futebol. Depois, teve lesões decorrentes de esforços repetitivos e um tumor na mão esquerda. Finalmente, golpeado na cabeça, vítima de assalto na Bulgária, teve uma lesão cerebral e paralisia da mão direita.

Diversos tratamentos entre as lesões permitiram que retornasse ao Carnegie Hall para um grande concerto. Entretanto, fortes dores o obrigaram a submeter-se a uma cirurgia para seccionar os nervos da mão direita, o que o impossibilitou definitivamente de tocar piano. Nesse momento, a regência passou a ocupar seus estudos.

Função social

A história de João Carlos é comovente e inspiradora. Segundo ele, num certo momento deu-se conta de que tinha uma espécie de função social. "Eu comecei a receber cartas e telefonemas incentivando-me a continuar, tantos que achei que tinha que continuar até por uma missão", diz. Além do benefício pessoal, João Carlos tem buscado o benefício de outros, tanto pela divulgação de sua história e sua música, quanto pelo trabalho com menores carentes, aos quais tanto ele quanto músicos de sua orquestra ensinam música: "três meninos da Febem já vão se apresentar com a Bachiana", revela.

A gravação da obra completa de Bach deve ser relançada este ano, num total de 11 CDs, e deve chegar às lojas também o DVD do filme A paixão, segundo Martins, da diretora alemã Irene Langelmann, que conta a história de sua vida.

Não é só: a Bachiana Chamber Orchestra tem uma temporada repleta de apresentações em 2005, que começam no próximo mês de junho, com a apresentação do jovem pianista Felipe Scagliusi, sob a regência do maestro João Carlos Martins.

alesp