Parlamentar quer participação da Capitania dos Portos nas investigações de acidente na balsa Santos-Guarujá


30/05/2003 14:52

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DA ASSESSORIA

A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) quer que a Capitania dos Portos participe das investigações do acidente que causou a morte do cozinheiro Sebastião Soares de Brito numa balsa mista, que opera na travessia Santos-Guarujá, no dia 26/5. Em ofício encaminhado ao comandante da capitania, o capitão-de-mar-e-guerra Wilson Barbosa Guerra, a parlamentar ressalta que a atuação do órgão é essencial para preservar a segurança e impedir novas ocorrências fatais.

"As circunstâncias desse acidente precisam ser devidamente esclarecidas.", enfatiza a deputada Prandi. A parlamentar se refere ao fato de, inicialmente, ter sido informado que Brito foi prensado pelo quebra-mar - placa de metal com dois braços pneumáticos -ao tentar entrar na balsa, quando ela deixava o atracadouro.

Outra versão aponta que o tórax de Brito foi esmagado pelo quebra-mar contra uma grade de ferro que separa os três setores da balsa mista - veículos, ciclistas e pedestres -, quando passava de um lado para outro. "Se ele fazia esse movimento, é porque já estava dentro da balsa.", afirma a parlamentar.

Conforme relata Maria Lúcia, as grades que dividem os três setores realmente podem causar dificuldades no deslocamento dos usuários, especialmente numa situação de emergência. Além disso, é comum que ciclistas e até mesmo motoristas passem de uma área para outra. Estimativas apontam que cerca de 10 mil ciclistas utilizem o sistema diariamente. "As balsas mistas são cobertas e as escadas permitem o livre acesso dos usuários à parte de cima. Especialmente os turistas gostam de subir para ter uma visão mais ampla e privilegiada do canal do Estuário", explica a deputada. Para a parlamentar, seria importante que houvesse uma passagem segura entre os três setores.

Apesar do acidente ter ocorrido quando a embarcação estava iniciando a manobra para deixar o atracadouro de Santos e partir em direção ao outro lado do canal, o condutor preferiu continuar a travessia e acionar o socorro em Guarujá. Brito foi levado por uma ambulância até o pronto-socorro daquele município, onde acabou morrendo por volta das 18h25. "Relatos apontam que o acidente aconteceu às 17h40. Numa situação de gravidade como esta, cada segundo é precioso, podendo significar a diferença entre a vida e a morte. Sendo assim, o correto seria que a embarcação fosse atracada novamente em Santos e o resgate acionado imediatamente", conclui Prandi.

alesp