Metrô Santo Amaro: ampla discussão com a sociedade proporcionou mudanças em favor da população


18/08/2009 21:40

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Debate promovido pela Assembleia viabilizou mudanças no projeto da Estação Adolfo Pinheiro, mantendo importante centro comercial da região<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/ComTransp - MAC 10.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Moradores e empresários de Santo Amaro acompanham a audiência <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/ComTransp - MAC 29.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Graças ao debate amplo com a sociedade, promovido pela Comissão de Transportes da Assembleia de São Paulo e à participação dos parlamentares paulistas em diversos encontros em que se discutiu a instalação da Estação Adolfo Pinheiro do Metrô, em Santo Amaro, zona sul da capital, o projeto inicial da obra foi alterado, garantindo benefícios para os moradores da região. O consenso entre moradores, comerciantes e Metrô foi fundamental para concretizar uma obra desse porte, sonhada pela população há quarenta anos e prometida na última década, ressaltou o presidente da Assembleia, deputado Barros Munhoz, licenciado para tratamento de saúde. "O caminho encontrado foi fruto do diálogo, o qual sempre defendi", disse.

O início das obras foi possível por conta da aprovação pela Assembleia, em 2007, de um empréstimo de R$ 6 bilhões para serem investidos no transporte, incluindo verba destinada ao projeto do Metrô que ligará o Largo 13 de Maio às estações Santa Cruz e Klabin.



Mudanças no projeto original



Entre outras mudanças, a nova proposta, que teve obras inauguradas nesta segunda-feira, 17/8, pelo governador José Serra, mantém a Galeria Borba Gato, tradicional núcleo comercial do bairro de Santo Amaro, que inicialmente seria desativada. Durante as obras, os comerciantes da galeria serão instalados em um prédio ao lado, locado pelo Metrô. Depois do término da instalação da nova estação, serão reconduzidos à galeria, que será reestruturada, obedecendo os seus padrões estéticos. A princípio, seriam 99 comerciantes desapropriados, e agora, de acordo com o novo projeto, serão somente quatro. Também após as discussões, o Metrô concordou em reduzir a área desapropriada, de 30 mil m² para cerca de 3 mil m².

Os deputados que compunham na época a Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia: Aldo Demarchi (DEM), Enio Tatto (PT), Carlos Gianazzi (PSOL), Olimpio Gomes (sem partido), Jorge Caruso (PMDB) e Barros Munhoz também compareceram a diversos encontros que debateram o assunto. Entre eles, em 22 de junho de 2008, no Teatro Paulo Eiró, em Santo Amaro, quando a proposta modificada para a instalação da Estação Adolfo Pinheiro foi exposta pelo Metrô a um público de mais de 200 pessoas.



Audiência na Assembleia



A localização da Estação Adolfo Pinheiro, da Linha Lilás do Metrô, foi tema de audiência pública em 3 de junho de 2008, na Assembleia Legislativa. Promovida pela Comissão de Transportes e Comunicações, a reunião contou com a participação de dirigentes do Metrô, parlamentares, líderes comunitários e representantes dos comerciantes da região. Barros Munhoz, na ocasião, lembrou que o trânsito na região era bastante problemático e defendeu a obra, que, segundo ele, traria benefícios a toda coletividade.

Os deputados Orlando Morando e João Caramez, ambos do PSDB, concordaram com Munhoz e consideraram seu posicionamento "o mais lúcido". A ex-deputada Rita Passos (atualmente secretária de Promoção Social) defendeu o diálogo para se chegar a um consenso. Já os deputados petistas Enio Tatto e José Zico Prado, embora manifestando reconhecimento quanto à importância da obra, defenderam a construção da estação em local próximo dali, o que, na opinião de ambos, iria atender o mesmo número de usuários sem provocar desemprego. Tatto também entendeu, na época, que os 40 mil m² reservados para o canteiro de obras era um exagero.



Posicionamento do Metrô



Ao lado do presidente do Metrô, José Fagali, o diretor de assuntos corporativos da empresa, Sergio Avelleda, afirmou, durante a audiência pública, que a empresa estudaria o caso na busca de um resultado melhor com o mínimo de transtorno para a população. O diretor apontou dificuldades para se alterar o projeto, pois a área alternativa possuía prédios altos e seus alicerces inviabilizariam a passagem do túnel, ademais, seria uma área estreita demais e ocupada por uma escola frequentada por dois mil alunos. Já o local previsto pelo projeto, além de possuir dimensões adequadas, estava localizado perto do centro comercial, de hospitais e de universidade.

Avelleda justificou o tamanho do canteiro pelo fato de o Metrô ter de cumprir exigências da legislação trabalhista, construindo alojamentos e outras instalações necessárias. Em relação às indenizações, ele declarou que o Metrô iria indenizar os locatários, bem como arcaria com os custos de desinstalação e reinstalação dos comerciantes afetados, com o fundo de comércio e eventuais verbas indenizatórias em caso de desemprego decorrente da obra.



Na Câmara Municipal



Deputados também participaram de audiência pública realizada na Câmara Municipal de São Paulo, em 6 de maio deste ano, para debater a possibilidade de os comerciantes e prestadores de serviço manterem seus estabelecimentos na rua São Benedito e adjacências.

Munhoz, que já fora subprefeito de Santo Amaro, região do conflito, pregou o diálogo como forma de se chegar à melhor solução. Para ele, é plenamente possível manter essa convivência harmoniosa, existente há tantos anos, entre os comerciantes e os moradores do bairro. "A lei, nesse caso, deve buscar adequação à realidade e o bem da comunidade", frisou o presidente.

Enio Tatto (PT), que reside e mantém escritório na região, defendeu a democratização do debate, mas, para ele, o Legislativo municipal teria todas as justificativas para revisar o plano diretor. "Com a chegada do Metrô, se justifica ainda mais a manutenção desse tipo de comércio na região", declarou.

Os deputados compuseram a mesa dos trabalhos ao lado dos vereadores Carlos Apolinário, presidente da Comissão de Política Urbana Metropolitana e Meio Ambiente daquele parlamento, Agnaldo Timóteo, Arselino Tatto, José Police Neto e Zelão.

alesp