Da RedaçãoO secretário de Estado do Emprego e Relações, Francisco Prado de Oliveira Ribeiro, foi o palestrante do painel "Desafios na Geração de Emprego", realizado nesta quinta-feira, 25/3, no 48.º Congresso Estadual de Municípios, e que teve coordenação da vereadora peemedebista Laís Helena dos Santos, de Valinhos (SP).O secretário iniciou sua exposição falando sobre o caráter limitado da atuação do Estado na geração de postos de trabalho, já que "quem cria emprego é o empregador". Este, inclusive, foi o parâmetro adotado nos cursos de capacitação profissional, que o Estado somente promoveu em parceria com empresas, que orientavam exatamente a formação demandada pelo mercado. "Participar de um curso de qualificação e continuar desempregado é algo muito decepcionante. Por isso exigimos da empresa parceira o comprometimento de que um percentual dos alunos de cada turma será contratado. Isso gera grande motivação entre os alunos", explicou Ribeiro, citando o convênio com a Embraer e a Kawasaki, onde todos os 360 alunos do curso de formação foram efetivados nessas empresas.Mercado informalAlém dos trabalhos com carteira assinada, o secretário citou a importância do setor auto-empregado, que forma a chamada economia informal. "Nosso país apresenta uma situação atípica: quem trabalha por conta própria ganha, em média, mais do que quem tem vínculo formal de emprego. Isso significa que, se aumentarmos o índice de empregos formais, teremos uma diminuição de renda com conseqüente retração do mercado consumidor", orientou, ressaltando a importância de programas de financiamento como o Banco do Povo, que além de dinheiro oferece apoio técnico de consultores.Desta forma, Ribeiro somente vislumbra aumento de postos de trabalho com criação e distribuição de renda, de forma a consolidar o mercado interno brasileiro. "Ninguém produz se não tiver para quem vender. Sem distribuição de renda, não haverá criação de empregos nem se a taxa de juros cair a zero".AgroindústriaA vocação do país, segundo o secretário, é a agroindústria voltada ao mercado externo. Entretanto ele ressalta a necessidade da diminuição de custos para aumentar a competitividade. "A soja produzida no país passa três dias em caminhões enfileirados no porto até que seja embarcada. Isso aumenta muito o preço final do grão". Dessa forma, além de financiamento mais barato aos produtores, a implementação da infra-estrutura exportadora deveria ser alvo imediato de investimentos.