As "Vibrações Corpóreas" de Juliana Engler: um ensaio para parar, olhar e analisar

Emanuel von Lauenstein Massarani
12/12/2002 16:55

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Com o progresso da fotografia em direção ao instantâneo, o profissional descobre uma realidade que se subtrai do olho humano. O instrumento fotográfico não documenta somente o que o olho vê, mas consegue ver e fixar a mutação das formas em intervalos temporais imperceptíveis a esse.

O aparelho fotográfico torna-se a extensão do olhar para Juliana Engler, que o utiliza com precisão científica. Não existe em suas fotos o sentido de distância entre ela e o objeto de seu interesse: no caso o corpo humano.

Alguns fotógrafos aplicam, ainda, o princípio de divisão de sua missão, qual seja, a fotografia analisa, estuda e indaga, enquanto que a pintura interpreta. Esse não é o caso de Juliana Engler, que reabre perfeitamente o diálogo entre fotografia e pintura e consegue demonstrar a continuidade e a ingerência dessas duas técnicas de produção da imagem entre ambas.

Concordamos com a artista-fotógrafa, quando esclarece que no seu trabalho pode-se constatar que realmente a luz é um elemento importantíssimo para a produção fotográfica. É a luz que produz, nesse caso, um ar de mistério e de descobertas, pois na medida que "caminha" pelo corpo, direciona o olhar do espectador para seus detalhes e minúcias, que muitas vezes passam desapercebidos. Descobre-se, assim, a riqueza do corpo humano com seus volumes, sua textura, seu movimento, sua força e energia.

Em suma, o objetivo é parar, olhar - talvez com outros olhos - e analisar uma coisa tão corriqueira para todos nós, podendo dessa maneira encontrar a essência humana.

Em "Vibrações Corpóreas", um ensaio fotográfico sobre os movimentos do corpo humano, que Juliana Engler ofereceu ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, a artista se revela um ser com grande espírito de observação, sem julgamento "a priori" de admitir buscar a realidade fotográfica com profundo sentido de humanidade, de participação afetiva e de emoção. E acrescentaríamos, uma personalidade fortemente caracterizada e extrovertida com domínio sobre os meios técnicos, indispensáveis para todo fotógrafo.

A Artista

Juliana Passoni Engler nasceu em Campinas no ano de 1975. Formou-se em Fotografia e Designer de Moda pela Faculdade Santa Marcelina. Realizou, também, curso de Laboratório Preto e Branco em 1995 e curso de Ampliação Colorida no Senac Lapa em 1997

Participou de exposições individuais, destacando-se: "Signos, Significados e Significantes" - Centro Cultural Losango Cáqui - Campinas (1997); "Variações" - Central Bar - Campinas (2000); e "Trincas" - Café & Arte - Campinas (2001).

Também esteve presente em inúmeras exposições coletivas, ressaltando-se: Senac - Lapa - São Paulo (1997); "O Preto, o Branco, as Cores" - Centro de Convivência de Campinas (1997); Casa da Cultura de Araraquara; Centro Têxtil Internacional, São Paulo; "Mapa Cultural Paulista 98" - Memorial da América Latina (1998); "II Salão Nacional de Fotografia de Sorocaba" - Oficina Cultural Grande Otelo; "Mapa Cultural Paulista 99" - Museu da Imagem e do Som - São Paulo; "Ipê Florido" - Centro de Convivência, Campinas (1999); "Olhares sobre o Envelhecer" - Unicamp; "II Bienal de Artes Visuais de São João da Boa Vista" - Espaço Cultural Fernando Arrigucci (2000); "Caros Amigos" - Galeria Cromo; "Sentidos" - Centro de Convivência Cultural (2001); "5º Prêmio Revelação de Artes Plásticas de Americana" - Museu de Arte Contemporânea de Americana (2002).

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