Com a presença de professores, associações da categoria e deputados, foi comemorado na noite desta segunda-feira, 15/10, o Dia do Professor. O deputado Roberto Felício (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, conduziu a solenidade e parabenizou os profissionais de ensino pelo trabalho que realizam na formação do cidadão.Roberto Felício disse à reportagem do Diário da Assembléia que a data não é apenas de comemoração. Serve principalmente como um reconhecimento da sociedade pela contribuição que os professores dão ao ensinar as crianças e prepará-las para o futuro. Felício apontou diversos problemas na profissão, inclusive a falta de estímulo " segundo matéria veiculada em O Estado de S. Paulo, existe carência de professores em muitas áreas, e os formandos estão optando (71% deles) por outras profissões.O deputado falou ainda da necessidade da mudança do perfil de financiamento para a Educação, com melhores condições de trabalho para professores, melhores salários, mais infra-estrutura " computadores, por exemplo. "O Estado brasileiro deve entender a Educação como uma questão fundamental para o desenvolvimento do país". Felício contou que fez até o curso médio em escola pública e que a educação privada com padrão de excelência é um mito. "Às vezes a família abre mão de itens que lhe são fundamentais a fim de pagar a escola dos filhos e não recebe a educação esperada. Há algumas escolas excelentes, mas são exceções", disse o deputado.Questão ideológicaSegundo Felício, há uma questão ideológica que pretende minimizar a responsabilidade do Estado nas áreas que são de sua alçada, como Educação e Saúde. Ao abrir mão de cobrar essa responsabilidade, o cidadão está tomado pela Síndrome da Desistência. O deputado diz que o cidadão deve cobrar uma educação de qualidade de um "Estado adequado", aquele que intermedeia as aspirações das partes envolvidas, tomando para si aquilo que é fundamental, como saneamento básico, saúde e educação.Roberto Felício comentou também as novas exigências do governo federal para que as prefeituras possam aderir ao programa de financiamento, Fundeb, principalmente no cumprimento do quesito que prevê a alfabetização dos alunos até, no máximo, a segunda série do ensino fundamental, com avaliação feita por provas. "A alfabetização a que a cartilha do Fundeb se refere é a do reconhecimento dos signos, isto é, do aluno ter na segunda-série a possibilidade e a obrigação de entender e reproduzir esses signos e o governo, de cobrar esse conhecimento. Ao flexibilizar demais as avaliações, alguns governos se deram mal e estão tendo de rever a periodicidade das provas, como acontece atualmente em São Paulo".Com todos esses problemas, entretanto, o deputado acredita que a Educação tem como melhorar e vai depender da ação de todos, não só dos governos, mas, e principalmente, dos pais dos alunos que acreditam na Educação como o veículo que vai tornar seus filhos melhores do que eles, os pais, são.Compareceram ao evento representantes de diversas entidades de professores, entre elas a Adunesp, Sinpeem e Sindsep.