Acervo Artístico: Formas e linhas estilizadas dão harmonia e elegância à escultura de Carina Edenburg

Emanuel von Lauenstein Massarani
24/03/2004 14:00

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Abstraindo o tango, obra doada ao Acervo Artístico do Parlamento paulista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Tango32.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carina Edenburg<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Karina26.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O interesse que apresenta a recente obra escultural de Carina Edenburg deve-se à corajosa pesquisa da escultora por uma solução pessoal do problema de base: o conflito entre o bidimensional e o tridimensional.

A obra dessa jovem artista sugere a terceira dimensão por intermédio das sutis relações entre os contornos, as silhuetas e as aberturas operadas no corpo da obra. Esse jogo de equilíbrio entre os diversos elementos permite à escultura da artista adquirir um "peso plástico" que não se espera frente à obra bidimensional.

A escultora capta em seus bronzes o gesto e a beleza formal. Seu estilo é audaz, mas essa audácia traduz à perfeição sua fervorosa imaginação. As formas e as linhas são estilizadas. Às vezes, os temas parecem simples, mas sempre de grande beleza e elegância, devido aos detalhes harmoniosos e aos efeitos particulares que caracterizam sua obra. A dinâmica de articulação de suas formas construídas gera os significados e os valores de uma imagem de extraordinária leveza.

Em Abstraindo o tango, obra doada ao Acervo Artístico do Parlamento paulista, Carina Edenburg exprime autêntica tensão e uma inclinação particular em direção tanto da própria escultura quanto da matéria. Seu mundo, entretanto, resulta aberto às mais amplas explorações, o que lhe consente superar esquemas e fórmulas aplicadas a uma temática per se livre e individual.

A artista

Carina Edenburg nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1965. O ambiente estimulador propiciado por seu pai, Edmundo Edenburg, marchand e colecionador, facilitou a precoce apreciação dos grandes mestres da pintura e da escultura. Com três anos de idade, Carina já se iniciava na modelagem em argila e esmalte em cerâmica. Essa tendência artística foi cultivada em cursos qualificados na Argentina, Brasil, Inglaterra e Estados Unidos, que a familiarizaram com diferentes materiais e técnicas. Especializou-se, basicament na escultura em bronze.

Paralelamente, seu interesse se voltou para a terapia artística, com curso no Instituto Margaretthe Haushka (1999-2002), em que procura trabalhar o efeito das formas e movimentos na alma humana. A figura humana é seu foco predileto, em estilos que vão do neoclássico acadêmico ao abstrato contemporâneo.

Seguiu os seguintes cursos: ateliê de cerâmica, com Cristina Santander, Buenos Aires, Argentina (1970-1977); história da arte, Michigan, EUA (1986); ateliê de terracota, com o professor Maritere (1987-1989); técnica de terracota, Hull, Inglaterra (1990-1991); Galpão das Artes, com o professor Lalada Dalglish (1995-1996); moldes em gesso, com o escultor Santos Lopes (1996); Ateliê Cláudio Callia (1997-1998); "Desenvolvimento da Peça até o Bronze", Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo (1997); e Ateliê Israel Kislansky (1998-1999).

Participou das seguintes exposições: "Escultura em Cerâmica e Pintura Naïf", Galpão das Artes, São Paulo; "Elemento Terracota", Galpão das Artes (1996); Espaço Cultural do Shopping Eldorado (1997); Espaço Cultural Américo Maciei Filho (1999); Ateliê Israel Kislansky (2002); "Mãe e Vida", Espaço Cultural Hospital Albert Einstein; "Enamorados", São Paulo; VII Mostra de Arte da Granja Viana; Centro Brasileiro-Britânico; "Milagre das Luzes" (2003) e Hall da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2004).

Foi premiada no Salão de Artes Plásticas de São Lourenço e Sociedade de Belas-Artes, Juiz de Fora, MG (1998).

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