Seminário internacional debate a inclusão étnica e cultural na mídia


05/11/2003 20:17

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Evento tem objetivo de acabar com a exclusão racial na mídia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/interacial51103.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

A necessidade de incluir nos meios de comunicação a população historicamente marginalizada - em especial grupos étnicos, como os negros e afrodescendentes - foi o tema do primeiro debate do seminário internacional Democracia e Inclusão Étnica e Cultural nos Meios de Comunicação, realizado nesta quarta-feira, 5/11, na Assembléia Legislativa.

No evento, proposto pela Sociedade de Cultura Dombali, TV Afirmação O Povo Negro na TV, Fórum Nacional de Comunicação contra o Racismo (Fonacor) e Canadian International Development Agency (Cida), em parceria com os deputados Sebastião Arcanjo (PT), Rodrigo Garcia (PFL) e Nivaldo Santana (PC do B), os participantes discutiram o papel da sociedade civil - legisladores, jornalistas, empresas - na busca de alternativas para fazer com que veículos de comunicação de massa sejam aliados na promoção da democracia e da inclusão.

Para Pradip Thomas, representante da World Association for Christian Comumnication (Wacc), o Brasil está em situação privilegiada, pois possui grandes possibilidades de explorar alternativas. Thomas afirmou que comunicação tem de ser vista como necessidade social e requer a criação de um ambiente propício por meio de subsídios e legislação pertinente. "O direito à comunicação é um direito humano", enfatizou.

Regina dos Santos, presidente da Sociedade de Cultura Dombali - organização não-governamental que tem entre seus objetivos o combate ao racismo e à discriminação de raça e de gênero -, afirmou que a sociedade marginalizada tem pressionado no sentido de fazer comunicação, o que ocorre nos programas de inclusão digital da periferia e das rádios comunitárias, por exemplo. Segundo ela, o fato de a comunicação estar historicamente atrelada a interesses de grandes grupos econômicos dificulta e torna ainda maior a necessidade da luta pela inclusão.

Conquistar espaço

Na abertura do evento, na noite desta terça-feira, 4/11, Regina já havia declarado que o país precisa de cotas de negros na mídia, mas ressaltou que isso não pode se dar por imposição legal. "Nossa expectativa com o seminário é conquistar esse espaço com a divulgação de nosso trabalho", disse.

Regina destacou, ainda, durante a cerimônia, que construir uma sociedade sedimentada na cidadania é tarefa de todos. "E, para isso, a influência que a mídia exerce sobre a comunidade é fundamental", concluiu.

Além de Regina, participaram da mesa de abertura dos trabalhos, na terça-feira, Maria Tereza Aguirre, da World Association for Christian Communication/Latin America; Susan Pereverzoff, do Consulado do Canadá em São Paulo; Fernando Mauro, do Canal Comunitário de São Paulo; e Sinvaldo Firmo, do gabinete do deputado Sebastião Arcanjo (PT).

alesp