Audiência pública debate a sexualidade na terceira idade


17/03/2004 18:25

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Benjamin Rodrigues Lopes, ginecologista e professor da Universidade Metropolitana de Santos, fala sobre sexualidade na terceira idade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/dep.alice.delicia.benjami0.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Representantes de grupos da Terceira Idade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/TerceiraIdade.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da Redação

A convite da frente parlamentar pró-envelhecimento saudável o ginecologista- obstetra e professor da Universidade Metropolitana de Santos, Benjamin Rodrigues Lopes, debateu nesta quarta-feira, 16/3, na Assembléia Legislativa, o tema Sexualidade na Terceira Idade.

De forma descontraída, o médico explicou à platéia de idosos - em sua maioria mulheres - que o fato de uma pessoa ter chegado à idade "experiente" não significa que ela tenha que deixar de sentir as várias formas de prazer, entre eles o sexual.

"Amor e sexo são diferentes: o amor aproxima as pessoas e o sexo, algumas vezes, pode afastá-las. O segredo, explicou Lopes, é não esquecermos que o sexo não é apenas um mecanismo de prazer. Através dele podemos contrair diversas doenças, entre elas a Aids".

De acordo com Benjamin Lopes, há cerca de 20 anos, para cada 100 pessoas com idade igual ou superior a 59 anos, três eram portadoras do vírus da Aids. "Hoje, esse número reduziu a oito infectados para cada cem pessoas. Ou seja, aumentou 300%. Esse índice se deve à vergonha do parceiro ou da parceira em pedirem para que seu companheiro use preservativo, ao desconhecimento da existência de métodos contraceptivos ou, pura e simplesmente, ao machismo".

Saúde e prazer

"Em pleno século XXI ainda existem muitas pessoas que desconhecem o seu corpo. Esse número é ainda maior entre os mais 'experientes' e, mesmo em menor quantidade, pessoas esclarecidas, após anos de vida em comum, confessam que não sabem o que é prazer". Mas não são só as mulheres que enfrentam problemas sexuais, "tanto que o Viagra é o segundo remédio mais vendido, perdendo apenas para a Aspirina". Entre confidências e brincadeiras, Benjamin Rodrigues lembrou que após os 60 anos muitas pessoas perdem o interesse pelo sexo, "preferindo o carinho, a conversa e a amizade do parceiro".

Contrariando a velha frase que a mulher é o sexo frágil, o médico informa que até os 59 anos as mulheres vivem mais que os homens. "Na verdade, nós somos o sexo frágil. A rotina atribulada, a falta de cuidados com a saúde, o uso do cigarro e a ausência de exercícios físicos aumenta a incidência de infarto entre os homens. Mas esse número volta a se igualar após a velhice", explicou o profissional.

Preocupada com os direitos dos idosos, a deputada Maria Lúcia Prandi (PT), coordenadora da frente de trabalho, ressaltou a necessidade de os vários grupos de idosos conhecerem e cobrarem a implementação do Estatuto do Idoso. "Pensando nisso, estamos elaborando uma cartilha simples, didática, com os principais pontos do Estatuto."

alesp