Equilíbrio de tensões e de plasticidade nas esculturas em ferro de Rosa Schmidt

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
18/06/2009 14:10

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Rosa Schmidt<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2009/rosaschimidt.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Finito<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2009/RosaSchimidtfinito.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Spirale I<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2009/RosaSchmidtSpiraleI.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A controvérsia que opõe muitos críticos de arte aos artistas pop baseia-se no ponto de que grande parte da produção desses artistas chegou perto do limite que a separa da criação plástica, sem tê-la ainda ultrapassado. Segundo o historiador de arte A. M. Hammacher, a pop art não se apresenta pois como um estilo, mas como a "intensificação estilística do interesse que comporta o tema".

Rosa Schmidt é uma artista que cria objetos utilitários transformáveis em verdadeiras esculturas, em muitos casos tridimensionais. Quando os objetos são isolados de seu contexto e instalados num museu ou num espaço cultural, esse isolamento faz com que o espectador se encante com o fato de os objetos serem o que são.

O elemento criador da artista não se reduz tão somente à escolha e à "assemblage" de materiais ou de objetos, mas dá um novo valor às composições que cria. Trata-se, a nosso ver, de uma revelação interessante do subconsciente.

Embora de aspecto ambíguo, as formas de suas obras em ferro possuem, no sentido mais positivo do termo, uma leveza sutil e um charme especial. Sua aparente simplicidade depende da maneira com que início e fim possam criar uma espécie de forma fechada, na qual coexistem tensões que se equilibram uma contra a outra.

A artista não se limita a construir unindo e soldando "pedaços" casualmente. Ela intervém na obra cortando com a chama oxídrica, mudando a estrutura originária do bloco e enriquecendo a estrutura que está nascendo. Através do toque firme de arquiteto, Rosa Schmidt cria esculturas inteiras que são cuidadosamente constituídas de superfícies curvilíneas. De um conjunto amorfo de "pedaços de ferro" ela obtém uma estrutura significante, dá-lhe alma, cria um fato autônomo frente a tudo que a circunda.

Através das obras "Spirale I" e "Finito", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, verificamos que não é a imobilidade que conta para essa artista: a forma possui uma força de expressão determinada pelos elementos estruturais e pela sua plasticidade.



A artista



Rosa Schmidt, pseudônimo artístico de Rosa Maria Schmidt Mônaco, nasceu em 1957 em Rio Claro, onde fez seus estudos primários, de ginásio e de colégio em escola pública. Artista plástica, escultora, designer e arquiteta, formou-se em arquitetura e urbanismo em 1982 pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Em 1997 iniciou o curso de mestrado em ergonomia na Universidade de São Paulo.

Apesar dos diversos cursos realizados considera-se autodidata em artes ou o produto do curso informal obtido pela convivência, aprendizado e troca de conhecimentos com artistas das áreas de música, dança, teatro e artes plásticas.

Montou um ateliê próprio na aldeia de Carapicuíba, em construção jesuítica datada de 1580, onde mantém em espaço permanente mostra de seu acervo, além de diversos artistas da região. Ali realiza, duas vezes ao ano, exposições de seus trabalhos em arquitetura, design e arte.

Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais, além do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp