CPI da Eletropaulo rejeita requerimentos para investigar Alstom


03/06/2008 20:29

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CPI da Eletropaulo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2008/CPI ELETROP DEPS  (7)ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Requerimentos apresentados por deputados da bancada do PT com o objetivo de debater na Assembléia Legislativa as denúncias de corrupção envolvendo a empresa francesa Alstom dominaram os debates da reunião desta terça-feira, 3/6, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no processo de venda do controle acionário da Eletropaulo Metropolitana.

A Alstom está sob investigação na França e na Suíça por suspeitas de ter pago propina para ganhar contratos em vários países. No Brasil, a Polícia Federal e o Ministério Público apuram negócios da empresa com o Metrô de São Paulo, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), a Eletropaulo, a Sabesp (a companhia estadual de água e saneamento) e a CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).

A discussão motivou a presença na CPI de grande número de parlamentares da base de sustentação do governo e da oposição. Com maioria de membros na comissão, os governistas conseguiram rejeitar os sete requerimentos colocados em votação, sendo que os seis restantes receberam pedido de vistas.



Divergências



Os deputados divergiram sobre a competência, ou não, da CPI para debater as questões envolvendo a Alstom. O relator da comissão, deputado João Caramez (PSDB), lembrou que restam 28 dias para a conclusão dos trabalhos e manifestou entendimento de que o assunto foge do objeto estabelecido no ato da presidência da Assembléia que instalou a CPI. Já para o presidente da comissão, Antonio Mentor (PT), o escopo está estabelecido no requerimento assinado por 32 deputados e que dá sustentação ao ato do presidente. "O requerimento prevê que a CPI investigue também a administração temerária da empresa de energia, o que inclui os contratos com a Alstom", afirmou Mentor.

Enio Tatto (PT) disse estranhar a posição dos deputados da base de sustentação do governo, na medida que tanto o ex-governador Alckmin, como o atual chefe do Executivo, José Serra, têm declarado à imprensa que querem a investigação dessas denúncias. E acrescentou que a Assembléia Legislativa não pode ficar à margem da investigação sobre a Alstom, assunto que mobiliza todo o país.

O deputado Jonas Donizette (PSB) reiterou a necessidade de investigar as denúncias, mas considerou que a inclusão do assunto na pauta da CPI prejudicará o ritmo do trabalho até agora desenvolvido, além disso, lamentou o fato de não ter sido comunicado da existência dos requerimentos. "Tomei conhecimento apenas pela imprensa", disse Donizette.

A reunião teve momentos polêmicos, protagonizados pelo deputado Rui Falcão (PT), que afirmou que a Assembléia está se tornando um "cemitério de CPIs" e pelo líder do governo, Barros Munhoz (PSDB), segundo o qual as CPIs não resolvem os problemas e que o Tribunal de Contas já tem o papel de auditar contratos e contas e submeter à Assembléia seus pareceres.

Participando intensamente dos debates, José Augusto (PSDB) acusou a bancada do PT de trazer o assunto à CPI para ganhar repercussão nos meios de comunicação.

alesp