Morreu nesta terça-feira, 6/3, às 5h30, no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, Mário Covas Júnior, governador do Estado de São Paulo, por falência múltipla de órgãos, em decorrência de um câncer na bexiga. O corpo do governador foi levado do Instituto do Coração ao Palácio dos Bandeirantes por volta das 11 horas da manhã, onde permanecerá até as 9 horas desta quarta-feira. Depois disso, segue, em carro aberto, para o Cemitério de Paquetá, em Santos, passando pelo Palácio 9 de Julho, sede da Assembléia Legislativa, para a troca de guarda.

Menos de um mês após a eleição para seu segundo mandato como governador, Covas recebeu o diagnóstico de câncer e foi internado. Tomou posse dez dias depois dos demais eleitos para cargos públicos estaduais. Licenciou-se do governo no dia 22 de janeiro.

Biografia. Mário Covas Júnior nasceu em 21 de abril de 1930, em Santos, filho de um corretor de café. Fez seus primeiros estudos em sua cidade natal e cursou engenharia civil na Universidade de São Paulo. De volta a Santos, seguiu carreira política e elegeu-se deputado federal em 1962. Reeleito pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1966, teve seus direitos políticos cassados pela ditadura militar, por dez anos, em 1969.

Retornou à vida pública em 1979, quando assumiu a presidência do MDB paulista. Foi eleito em seguida deputado federal e, em 1983, foi nomeado prefeito de São Paulo pelo então governador Franco Montoro. Ao terminar o mandato, elegeu-se senador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 1986, com a votação recorde de 7,7 milhões de votos. Sofreu um infarto e foi obrigado a se submeter a uma angioplastia durante essa campanha. Em 1987, recebeu três pontes de safena, mas voltou ao Senado a tempo de liderar o PMDB nos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte.

Em 1988, o Partido da Social Democracia Brasileira surgiu como uma dissidência do PMDB, tendo Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso como seus principais fundadores. O senador perdeu, no primeiro turno, a disputa para a Presidência da República em 1989, quando concorreu, entre outros, com Fernando Collor e Lula. Voltou a ocupar um cargo executivo em 1994, como governador de São Paulo, para o qual foi reeleito em 1998.

Mortos em exercício. Antes de Mário Covas, outros dois governadores paulistas morreram durante o mandato: Francisco de Paula Rodrigues Alves, que governou São Paulo entre 1912 e 1916 e Carlos de Campos, que ocupou o cargo entre maio de 1924 e abril de 1927.

Fonte: Conselho em Administração Municipal (Conam)