Gerente do Banco do Brasil fala sobre fraude em cheque de alto valor

Banco só tomou conhecimento do sumiço de quatro talões de cheques um ano depois (com fotos)
03/10/2001 19:50

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DA REDAÇÃO

A CPI das Financeiras, presidida por Claury Alves Silva (PTB), ouviu na reunião desta quarta-feira, 3/10, o gerente do Banco do Brasil, Artur Zaquel, responsável pela agência da Água Rasa, sobre o desaparecimento de quatro talões de cheques e a emissão de cheque administrativo no valor de 19 milhões de reais.

Zaquel assumiu a gerência em agosto do ano passado e o cheque foi apresentado em julho deste ano, porém datado de junho de 2000.

A partir de queixa de Daniel Francisco Carboni, que disse à CPI ter sido lesado pelo banco, uma vez que recebeu cheque administrativo de 19 milhões que não foi pago porque a agência classificou o documento como fraudado.

Segundo Zaquel, as assinaturas no cheque não batiam com as dos funcionários citados no cheque, Fushai Hiagi e Nilson Almeida, e os carimbos eram falsos.

Sobre o desaparecimento de quatro talonários dentro da mesma agência, do qual foi retirado o cheque fraudado, o gerente afirmou que o banco só tomou conhecimento do sumiço um ano depois quando foi efetuado na Caixa Econômica Federal depósito do referido cheque. "Pedi para a funcionária Fushai fazer um boletim de ocorrência."

Seqüência dos fatos

Questionado sobre a tramitação do inquérito e sobre sindicância interna, o gerente informou que não tem dados do andamento policial e que nada apurou junto aos funcionários sobre o incidente dos talões. "Eu participei da sindicância juntamente com os funcionários José Roberto Negri e Valdomiro Maciel." Zaquel ainda declarou que esses funcionários não mais trabalham na agência e que alguns outros bancários que prestavam serviço na época se aposentaram.

O gerente deixou claro que Daniel Carboni não é correntista. "Além disso, nos pareceu estranho alguém deixar um cheque desse montante ''esquecido'' por um ano para então fazer o depósito sem consultar sua procedência." Zaquel não acredita que a fraude tenha partido de algum funcionário do banco e lembrou que a agência não pode ser penalizada por uma fraude externa.

Foram convocados para complementar informações o denunciante Daniel Carboni, os bancários Fushai Hiagi e Nilson Almeida, a delegada Maria Cecília Sabatini e o escrivão Mário Telles Marques.

R&G Factoring

Outra entidade financeira convidada a depor na CPI, a R&G Factoring, não mandou representante nesta tarde. O advogado da empresa compareceu com documento alegando que a R&G não tem conhecimento de algo que a desabone.

O diretor da empresa, Paulo Ari Gattiner, foi reconvocado pela CPI.

alesp