PORQUE JOSÉ SERRA - OPINIÃO

Luiz Gonzaga Vieira*
12/03/2002 16:31

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A população brasileira tomará grandes e importantes decisões em 2002. Seremos convocados a exercer um dos direitos essenciais a uma democracia: o voto. Daqui a oito meses, traremos à luz aos homens e às mulheres que exercerão, em nosso nome, o poder político e decidirão, também em nosso nome, os destinos do Brasil. Delegaremos poder ao presidente da República, a dois senadores, a deputados federais, governadores de Estados e deputados estaduais. O país será, saudavelmente, sacudido pelo exercício democrático da eleição. Mas quero tratar aqui da eleições presidenciais. A população brasileira escolherá um novo comando para nosso país. A responsabilidade é enorme. Como deputado estadual, político e cidadão quero chamar os leitores ao debate político e apontar razões objetivas que me levam a dizer que José Serra , do PSDB, é a liderança mais preparada para assumir a responsabilidade do comando da República.

Devo dizer que não se trata de proselitismo e muito menos em desqualificar gratuitamente os demais candidatos ou partidos políticos. O fato é que teremos que optar , decidir, delegar poder a alguém que conduzirá o Executivo Nacional. Então, por que José Serra? Que critérios usaremos?

Mesmo admitindo que nos processos decisórios - nas eleições - há um forte componente emocional, não devemos nos levar apenas pela emoção. Devemos analisar outros aspectos para ajudar em nossas decisões. Devemos pois, procurar conhecer , por exemplo, a biografia do candidato, a sua matriz ideológica, os grupos ou pessoas que o acompanham, se na política o candidato não fez crescer seus recursos particulares à custa dos recursos públicos, se tem experiência, idéias próprias, se é coerente com as lutas do passado, se tem projetos claros para o país, tradição democrática e disposição para o diálogo sério e propositivo, compromisso com o programa do partido a que pertence e, se tem tradição na defesa dos interesses brasileiros junto a comunidade internacional. Tais critérios parecem bastante objetivos.

José Serra tem uma biografia política transparente. Participou ativamente dos movimentos estudantis da União Nacional dos Estudantes (UNE), não se rendeu ao projeto autoritário dos militares após 1964, foi perseguido e exilado por 14 anos, foi para o Chile, onde também foi perseguido. Retornou ao país após a abertura política, trabalhou como secretário do Planejamento do Estado São Paulo, no governo do saudoso Franco Montoro. Nesse período, organizou as finanças do Estado, o que possibilitou ao governador realizar uma excelente administração, reconhecida até hoje inclusive pelos seus adversários; foi fundador do PSDB, onde milita até hoje; elegeu-se deputado constituinte e foi relator do capítulo dos Orçamentos Públicos e Tributos; elegeu-se novamente deputado federal, com uma expressiva votação; elegeu-se senador por São Paulo, ocupou o Ministério do Planejamento e vem fazendo uma gestão competente no Ministério da Saúde. Na saúde, enfrentou fortes grupos que se opunham à fabricação de remédios genéricos, medida essa de forte impacto social, porque barateou muitos medicamentos.

Serra defendeu com sucesso a quebra de patentes de remédios essenciais, tema esse de ampla repercussão, inclusive no World Economic Forum , em Davos.

Por fim, de sua honestidade nem é preciso tratar. Não há máculas em sua biografia. Serra tem as mão limpas.

Essas são algumas das muitas contribuições que José Serra já deu ao nosso país. Esses aspectos são objetivos e mostram a biografia de um estadista que tem um claro projeto de desenvolvimento econômico com distribuição de renda para o Brasil; um projeto que, ao mesmo tempo, insere o país num mundo globalizado, defende os interesses nacionais e a nossa soberania; um projeto que vai ao encontro da cidadania porque prevê distribuição de renda, elevação da escolaridade, uma política de saúde pública fortemente centrada na prevenção e para o atendimento das populações mais pobres do país.

Portanto, a candidatura de José Serra não é apenas mais uma. Ela representa um projeto para o Brasil do século XXI, representa a modernização da economia, a preservação da estabilidade da atividade econômica, o incentivo ao empresário competente, a modernização das relações entre o capital e o trabalho, representa a manutenção do diálogo com forças políticas do país e do exterior. Serra representa a convergência de forças que lutam contra projetos políticos oligárquicos conservadores ou projetos corporativos sustentados pelo rancor ou ainda pelo sectarismo rançoso.

Por tais motivos estou me pronunciando neste texto em defesa deste projeto para o Brasil a ser conduzido por José Serra. Por tais razões que faço uma convocação a todos os cidadãos bem intencionados para refletirem e somarem esforços em torno desse projeto para nosso país.



Luiz Gonzaga Vieira é deputado estadual pelo PSDB.

alesp