Águas de Lindóia é alternativa de passeio para paulistanos em fins de semana

Estâncias Hidrominerais
22/01/2008 18:46

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Águas de Lindóia - portal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/aguas de lindoia portal.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/mapa-da-estrada-para-Aguas.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Hotel Glória (hoje, Grande Hotel Glória)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/gloria1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Águas de Lindóia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/aguasdelindoiavista aerea.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/aguas de lindoia geral-4.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Águas de Lindóia é um dos 12 municípios paulistas considerados estâncias hidrominerais pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. A qualificação de estância hidromineral garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Hidromineral.

A cidade está localizada a 180 km de São Paulo, 8 km antes da divisa com Minas Gerais, e possui paisagens exuberantes, como a vista do alto do Morro Pelado, com 100 km de montanhas cobertas por vegetação. Águas de Lindóia conseguiu dobrar sua área verde nos últimos anos.



A história

Águas de Lindóia deve ao termalismo o primeiro impulso a sua indústria turística. Na primeira metade do século XX, antes da invenção da penicilina e do desenvolvimento de medicamentos alopáticos, muitos problemas de saúde eram tratados através da ingestão de água mineral e de banhos de imersão. Os médicos daquela época receitavam estações de águas com duração de 14 e 21 dias em Águas de Lindóia e em outras estâncias a seus pacientes acometidos por doenças de pele, cálculos renais e outras doenças.

Além de indicar na receita a quantidade de dias necessária na estação de águas, o médico especificava ao paciente a fonte de águas da qual deveria beber, a freqüência com que essa água deveria ser ingerida e a alimentação. Naquele tempo, a receita do médico era um dos documentos apresentados na hora do check-in. Os números colocados na mesa do restaurante serviam para que a cozinha do hotel preparasse a refeição conforme a prescrição médica. O clima agradável, o cenário entre as montanhas, a tranqüilidade, a excelente culinária dos hotéis e, principalmente, as características especiais das fontes de Águas de Lindóia, cuja água mineral é comprovadamente a de maior radioatividade em todo o planeta, deram à cidade uma confortável vantagem sobre a maioria das estâncias brasileiras, e também sobre algumas estâncias européias.

A Segunda Guerra impulsionou o crescimento da indústria farmacêutica mundial, levando o termalismo a perder espaço para a medicina, iniciando um ciclo de três décadas onde a tranqüilidade passou a ser o principal apelo turístico de Águas de Lindóia, até os anos 80 do século XX. O segundo impulso à hotelaria de Águas de Lindóia foi a inflação. Para combatê-la, sucessivos governos adotaram fortes medidas restritivas ao consumo, atingindo em cheio as viagens ao exterior e as viagens aéreas, e favorecendo viagens domésticas feitas por automóvel. Os destinos turísticos próximos a grandes centros urbanos foram beneficiados.

Águas de Lindóia tornou-se uma alternativa de passeio para paulistanos em fins de semana, feriados e férias. Os hotéis que antes recebiam centenas de milhares de "pacientes" passaram a receber quase 1 milhão de turistas, todos os anos. Essa mudança no volume de hóspedes e no perfil do público fez surgir novos hotéis e levou a hotelaria da cidade a investir na infra-estrutura de lazer, oferecendo equipe de monitores, ampliando piscinas e inaugurando quadras esportivas.

Ao mesmo tempo em que se tornaram mais atrativos para quem buscava diversão, os hotéis de Águas de Lindóia investiram em grandes e modernos centros de eventos, propiciando que a cidade disputasse convenções e congressos com São Paulo, Campinas e outros destinos tradicionais para o turismo corporativo. O terceiro impulso ao turismo em Águas de Lindóia ocorreu em 2002, através do turismo rural e do esporte aventura.

Águas de Lindóia possui 25 hotéis, capacidade para hospedar 6.000 turistas simultaneamente e 60 salas para eventos que, juntas, comportam mais de 11.000 pessoas. Esses números, somados às características naturais da cidade, fizeram de Águas de Lindóia um dos maiores pólos de turismo do Brasil.



O fundador

Águas de Lindóia surgiu da aventura de um jovem médico italiano, Francisco Tozzi, nascido em 1870 na cidade de Benevento, província de Nápoles.

Tozzi, que foi secretário da Saúde de Milão, aceitou o convite de um amigo italiano, pároco da cidade de Socorro, para vir morar no Brasil e prestar assistência médica.

Tozzi chegou em 1900 a Socorro, cidade do interior de São Paulo.



A descoberta das fontes

Em 1909, Tozzi soube da história de um padre da cidade de Lyndoia, vizinha à Socorro e Serra Negra, que havia sido curado de um eczema de pele utilizando as águas que jorravam a 28 graus de um morro denominado "Águas Quentes".

Após mandar analisar aquela água e confirmar suas propriedades curativas, o Tozzi adquiriu as terras ao redor das fontes e iniciou em 1910 a construção das Thermas de Lindoya.

As Thermas de Lindoya, construídas a partir de 1910, eram formadas por três grandes casas, cada uma delas com um refeitório e quartos enfileirados unidos por um corredor. Apesar da estrutura simples, as construções receberam nomes pomposos: Hotel Senado, Hotel Catete e Hotel Câmara.

O Senado recebia os clientes mais pobres, enquanto que o Catete era o que mais se assemelhava a um hotel, recebendo os clientes de melhor posição.

A construção das Thermas de Lindoya, em um local muito distante para as condições de transporte da época, fez com que Tozzi precisasse prover os operários de condições mínimas de subsistência.

Desta forma nasceram as primeiras ruas, armazéns, casas, farmácia, escola e consultório médico. Tozzi mudou-se com a família para o novo povoado em 1914.

Apesar do sucesso das Thermas de Lindoya, o empreendimento ainda exigia que Tozzi aplicasse todos os recursos financeiros obtidos com sua clínica. Isto significava, em valores da época, cem mil réis por dia, o equivalente a mais de 30 consultas de três mil réis cada.

A solução encontrada pelo médico foi a construção de um hotel moderno, que atraísse pessoas de melhor poder aquisitivo e que, de certa forma, subsidiassem a hospedagem dos mais pobres nos outros "hotéis".

Em 1929 surgia o Hotel Glória (hoje, Grande Hotel Glória), com um belo salão para refeições, salão para refeições dietéticas, salão de diversões, cozinha ampla, apartamentos de dois ou três quartos, água corrente, iluminação elétrica, banheiros independentes e outros recursos. O novo hotel mudou a rotina do lugar realizando sofisticados bailes com música ao vivo que terminavam precisamente às 22 horas, por ordem expressa de Tozzi e em prol da saúde dos hóspedes.

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