Vagner Aniceto pinta a metrópole, simbólica e alegoricamente, com coerência de estilo

Emanuel von Lauenstein Massarani
04/12/2003 14:00

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Vagner Aniceto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/VagnerAniceto.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra de número 27 da série Metropolis<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/metropolis.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Além do traço, a cor resplandece quente e densa, quase distendida, pronta a receber cada partícula de luz. Muitas vezes trata-se de uma cor que emana luz e se transpõe em tonalidades irreais para melhor exprimir mensagens alusivas, murmúrios enigmáticos, uma realidade subentendida e mais verdadeira.

Quanto mais encorpados, tanto mais os objetos se revelam para o que são na realidade: cifras, símbolos. O traço forte, a rica palheta, a corposidade cromática lhe oferecem instrumentos expressivos já maduros.

Sofrimento e solidão - uma escola que a vida não poupa - não poderão diminuir através dos anos a sua atitude desse artista em traduzir em imagens, além das coisas, as paisagens da alma.

A ânsia criadora de Vagner Aniceto, abre uma brecha metafísica sobre o poder de edificação das metrópoles com os milhares de problemas que a vida da cidade de hoje apresenta. Sob os seus tetos existe a tentativa humana de rebelião à prisão do espírito pela matéria.

O que atrai na obra desse artista é a extrema coerência de estilo. Trata-se de uma continuidade de intenções expressivas, de grande busca formal e poética. Sua coerência de estilo e continuidade expressiva revelam uma fé inabalada sem cair na rotina.

Na obra de número 27 da série "Metropolis", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, as torres de seus edifícios, inconfundíveis, tem sua solução em chave simbólica e alegórica, tratadas que são com sobriedade e com cores que cristalizam a matéria e nos parecem metafisicamente suspensas em direção ao céu.

O Artista

Vagner Aniceto, pseudônimo artístico de Vagner da Motta Aniceto, nasceu no Estado do Rio de Janeiro, mas reside em São Paulo desde 1978. Autodidata, desenvolve uma linha de trabalho contemporânea, onde mescla o figurativo ao moderno, buscando sua inspiração nos temas do cotidiano, inscrições de culturas antigas, marcas da terra, imagens do subconsciente.

Desde que iniciou sua carreira, já realizou 30 exposições individuais e 38 coletivas, além de ter participado de diversos salões de arte no Brasil e no Exterior, destacando-se entre elas as seguintes: "Luz e Cor", Galeria Rejane Mônica, SP (1996); "Arte na Rampa", PRODAM, SP (1997); Sintra, Portugal; Salão Internacional de São Paulo, SP; Salão do Petit Format, SP; Salão de Caraguatatuba, SP (1999)Salão "Figuration Critique", Paris, França (1999 e 2000); "As 4 Estações", Gaudi Luz e Arte, SP; Salão de Campos do Jordão, SP; Salão de St. Germain, SP (2000); "Metrópolis", Galeria Judith Duprá, SP (2002); "Santos e Arcanjos", Museu de Arte e Cultura, Caraguatatuba, SP (2003).

Participou também, como organizador e membro de júri, em salões de arte de São Paulo e do Rio de Janeiro e suas obras encontram-se em diversos Acervos oficiais e particulares, entre eles: Caixa Econômica Federal, SP; Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba, SP; Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, Aparecida do Norte, SP e na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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