Turismo sexual: vergonha nacional

OPINIÃO - Afanasio Jazadji*
21/01/2005 15:42

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O Brasil conta com atrações turísticas dignas de orgulho: praias, florestas, rios, cataratas, futebol e samba. Como se isso não bastasse, alguns insistem em recorrer a um apelo vergonhoso para tentar ampliar a vinda de visitantes estrangeiros: o turismo sexual. A cada ano, milhares de crianças e adolescentes brasileiros são criminosamente lançadas à prostituição e passam a fazer parte de um esquema internacional de inúmeros cúmplices.

O cliente em potencial é o turista europeu, interessado apenas em fazer sexo com bonitas jovens brasileiras, mesmo sabendo que algumas delas são menores de idade. O sistema também existe em Santos e no Rio, mas é muito mais difundido em Fortaleza, Recife, Salvador e outras capitais do Nordeste, além de Manaus. O governo federal, que promete combater essa prática, admite: a luta é árdua.

O grande problema está no fato de o Brasil ter criado uma imagem de terra de mulheres sensuais e fáceis. Começa pela propaganda do Carnaval brasileiro: cartazes distribuídos nos Estados Unidos, Europa e Ásia mostram garotas quase nuas à frente de uma escola de samba. Jornais da França, Itália, Alemanha e Espanha apresentam pequenos anúncios de prostitutas brasileiras que moram na Europa e oferecem o corpo por alguns euros.

Além de exportar prostitutas e travestis, o Brasil tornou-se ponto de recepção de turistas em busca de sexo. Há uma fórmula para acabar com isso: botar todo o mundo na cadeia. Barreiras da lei e do jogo de interesses impedem essa solução.

*Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

alesp