Walter Tommasi dialoga com seus mosaicos policromáticos através da arte da colagem

Museu de Arte de Arte do Parlamento de São Paulo
26/05/2009 11:17

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Walter Tommasi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2009/WalterTommasi.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Meus prazeres 58</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2009/meus prazeres.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Kafka afirmava que "o diálogo é impossível e, exatamente por isso, precisa ser engajado". Este pensamento é, para Walter Tommasi, um convite para abrir o diálogo sabendo que o que escapa da palavra a arte acolhe no jogo infinito da universalidade.

A amplitude dos temas, a riqueza intelectual de que são investidas suas obras e a força das soluções artísticas que elas propõem, tudo faz com que a produção desse artista seja atualmente impregnada de uma intensa produção textual, ocupada em decifrar um trabalho cuja dimensão simbólica é tanto manifesta quanto enigmática no seu próprio conteúdo.

Para Walter Tommasi, as palavras são impregnadas de imagens e as imagens são os textos contidos em suas colagens. Cada quadro constitui uma emanação de unidade do todo. Iconografia complexa, reveladora de um sentimento perdido, de um mundo em fuga, universo alusivo onde a história, a memória e a poesia comunicam e se transcendem.

Espaço de meditação, suas colagens formam um mosaico que oferece também ao artista ocasião de dar livre curso à sua imaginação e a toda a sua ironia. Pintor de rara sensibilidade, o artista conseguiu obter com o emprego de uma escala cromática de tons difundidos novas energias expressivas, rarefeitas atmosferas e aquela particular tensão que o tema requer.

Além do forte cromatismo que se projeta no observador, os quadros de Tommasi são atravessados de luz, em um espaço ilimitado e imutável onde o olhar pode livremente viajar e cujas inscrições precisam ser interpretadas.

O artista não se contenta em degustar um bom vinho, tema de suas recentes obras. Por meio de rótulos de títulos famosos, que formam um verdadeiro labirinto em seus mosaicos, ele nos convida a participar também de seus prazeres.

Na obra "Meus prazeres 58", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Walter Tommasi mescla o cotidiano e a lenda, realismo e liberdade inventiva com novo vigor intelectual e consegue obter dos temas que mais lhe agradam uma poesia leve e sutil.



O artista

Walter Tommasi nasceu na cidade de Gorizia (Itália) em 1951. Veio para o Brasil em 1959, passando a viver em São Paulo, onde se criou. Mudou-se posteriormente para os Estados Unidos, Holanda, Suíça e Paraguai, até retornar ao Brasil, radicando-se definitivamente em São Paulo.

Autodidata, iniciou-se nas artes com a técnica de óleo sobre tela, passando depois para diversas experiências, como aquarela, colagem, metal, escultura, encáustica, acrílica e xilogravura, encontrando finalmente sua razão de ser na xilopintura. Durante 1988 frequentou aulas com o gravador brasileiro Lívio Abramo sobre técnicas de xilogravura e em 1989 com o artista paraguaio Carlos Colombino, com o qual desenvolve o trabalho de xilopintura.

Participou das seguintes exposições e salões: Bienal Nacional de São Paulo (1976); Centro de Estudos Brasileiros, Assunção, Paraguai (1988); Oficina de Arte do Lago Sul, Brasília; "Arabescos Mandalas e Brasões", SESC, Brasília; XV Salão Brasílias Marinhas, Brasília; "Sete Artistas", Liliana's House, Brasília (1990); "Máscaras", Conjunto Nacional, Brasília; Embaixada Americana, Brasília; I Salão Piracanjuba, Goiás; XIII Salão Riachuelo, Brasília; "Arte na Rua", Brasília; "Metalizando", Biblioteca Demonstrativa, Brasília; RT Galeria de Artes, Brasília; Espaço Cultural Naoum Plaza, Brasília; Birô de Arte D'Luke, Brasília; Espaço Cultural Pousada dos Pirineus, Pirinópolis, Goiás; Atelier do Pierre, Brasília; "Postcards", Galeria Itaú, Brasília; XVI Salão Marinhas, Brasília (1991); "ECO 92", Secretaria da Cultura, Ponta Grossa, Paraná; "Curitiba Arte 8", Paraná; XIII Salão Anapolino de Artes, Anápolis, Goiás; Secretaria de Cultura, Maringá, Paraná (1992); XXV Salão Astrogilda Alves Lippi, SP; Silvio Galeria de Arte, SP (1993); "A Cor do Dinheiro", Espaço Cultural do Banco Central, Brasília; "Tempo Virtual", Espaço Paulista de Arte, SP; "Chapel School Show", SP; Acervo I, Cores do Brasil Art Gallery, SP (1996); "Projeto Acervo II", Liceu de Artes e Ofícios, SP; Galeria Art Vie, SP (1997); II Salão Bouganville, SP; "Arte no Outono", Espaço Cultural Cargill, SP; Salão Unisa de Artes Plásticas, SP (1998); "Quinzena de Arte Integrada", Espaço Cultural Cargill, SP; "Linhas do Passado", Casa Thomas Jefferson, Brasília (1999); "Arte no Vinho", Espaço SBAV, SP (2000); "Triology", Alphaville Tenis Clube, SP(2001); "Chapel School Show", SP; "Arte no Vinho II", Espaço SBAV, SP (2002); "Chapel School Show", SP; "Arte no Vinho III", Espaço SBAV, SP; Casa da Fazenda, SP, e "Meus Prazeres", Joh Mabe Escritório de Arte (2003).

Recebeu medalha de prata no XV Salão da Marinha, Brasília, medalha de prata no XVI Salão da Marinha, Brasília, medalha de ouro I Salão Piracanjuba, medalha de prata no Salão Unisa de Artes Plásticas, SP, e suas obras se encontram em coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp