DA REDAÇÃO Em reunião realizada nesta quarta-feira, 13/3, a CPI das Financeiras, sob a presidência de Claury Alves da Silva (PTB), ouviu os esclarecimentos dos representantes das empresas Four Factoring e Villa Factoring, de Guarulhos e da M. Factoring, de Araras.Braulio Meirino, da Four Factoring, afirmou que detém 25% do capital e que os principais clientes da empresa são pequenas e médias empresas de prestação de serviços e de manufaturas. "Não trabalhamos com grandes redes ou lojas de departamentos, pois preferimos atender àqueles que não têm acesso aos bancos." A Four não trabalha com cheques nem com pessoas físicas e conta com capital de R$ 1 milhão mensais.A Villa Factoring, outra integrante do grupo que congrega a Four, a Cumbica e a ACDC, foi representada por Almir Vitelli. Trata-se de uma empresa de crédito voltada para as micro e pequenas empresas. Desconta cheques para pessoas jurídicas e cobra taxas de 4,5%. "Preferimos a diversidade de cheques com valores pequenos do que um ou outro cheque com montante alto. Também não trabalhamos com longos períodos, a liquidez é de, no máximo, 60 dias." Quando encontra problemas para receber cheques sem fundo ou duplicatas, a Villa apela judicialmente e conta com as sanções da lei.A empresa possui capital de R$ 800 mil e pratica taxas menores que as utilizadas há alguns anos. "Funcionamos de acordo com a tendência do mercado. Como as taxas de juros vêm caindo, reduzimos as nossas."A retirada pró-labore dos sócios, segundo Vitelli, é de cerca de R$ 4,5 mil. Entretanto, documentos apresentados pelo sócio apontam um recolhimento de CPMF, nas empresas, que indica lucro 100% maior do que o declarado. A Villa Factoring é filiada à Associação Nacional de Factoring (Anfac). Vitelli destacou que o trabalho da CPI é importante para "separar o joio do trigo", ou seja, mostrar ao público as empresas de factoring que trabalham seriamente.O último depoente foi Marco Pinto Rodrigues, da M. Factoring, de Araras, empresa que tem 11 anos de existência. Marco é o único dono da empresa e atende nove clientes daquela cidade. Não trabalha com cheques, apenas com duplicatas, de até 30 dias. A M. Factoring desconta títulos com taxas de 3,8 a 5%, possui capital de R$ 300 mil e não é filiada à Anfac.A empresa não aponta aumento de capital desde que houve a separação de sócios em 1992. Na época, o capital lançado foi de R$ 2,91, e permaneceu assim no último balanço.O representante da empresa Agent não compareceu à reunião, mas enviou atestado médico. A Comissão decidiu convocar, com urgência, Ruth Escobar e o delegado que acompanha a denúncia, feita pela ex-deputada, contra instituições bancárias que, segundo ela, desviaram dinheiro de sua conta no exterior. Segundo cópias de documentos enviadas pelo Tribunal de Justiça sobre o assunto, há indícios de que se trata de evasão de divisas.Também foi decidida a realização de acareação entre o cliente Roberto Vieira Machado e o gerente do Unibanco, que contestou informações apresentadas por Machado.A próxima reunião acontece dia 20/3, a partir das 14h30.