Financeiras ouve sócios de várias empresas de factoring

(com fotos)
13/03/2002 19:04

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Clique para ver a imagem " alt="Braulio afirma que "sua empresa atende somente pequenos empresários" Clique para ver a imagem "> Braulio Meirino, da Four Factoring e deputado Claury Alves da Silva <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Fin13mar02.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Em reunião realizada nesta quarta-feira, 13/3, a CPI das Financeiras, sob a presidência de Claury Alves da Silva (PTB), ouviu os esclarecimentos dos representantes das empresas Four Factoring e Villa Factoring, de Guarulhos e da M. Factoring, de Araras.

Braulio Meirino, da Four Factoring, afirmou que detém 25% do capital e que os principais clientes da empresa são pequenas e médias empresas de prestação de serviços e de manufaturas. "Não trabalhamos com grandes redes ou lojas de departamentos, pois preferimos atender àqueles que não têm acesso aos bancos." A Four não trabalha com cheques nem com pessoas físicas e conta com capital de R$ 1 milhão mensais.

A Villa Factoring, outra integrante do grupo que congrega a Four, a Cumbica e a ACDC, foi representada por Almir Vitelli. Trata-se de uma empresa de crédito voltada para as micro e pequenas empresas. Desconta cheques para pessoas jurídicas e cobra taxas de 4,5%. "Preferimos a diversidade de cheques com valores pequenos do que um ou outro cheque com montante alto. Também não trabalhamos com longos períodos, a liquidez é de, no máximo, 60 dias." Quando encontra problemas para receber cheques sem fundo ou duplicatas, a Villa apela judicialmente e conta com as sanções da lei.

A empresa possui capital de R$ 800 mil e pratica taxas menores que as utilizadas há alguns anos. "Funcionamos de acordo com a tendência do mercado. Como as taxas de juros vêm caindo, reduzimos as nossas."

A retirada pró-labore dos sócios, segundo Vitelli, é de cerca de R$ 4,5 mil. Entretanto, documentos apresentados pelo sócio apontam um recolhimento de CPMF, nas empresas, que indica lucro 100% maior do que o declarado. A Villa Factoring é filiada à Associação Nacional de Factoring (Anfac). Vitelli destacou que o trabalho da CPI é importante para "separar o joio do trigo", ou seja, mostrar ao público as empresas de factoring que trabalham seriamente.

O último depoente foi Marco Pinto Rodrigues, da M. Factoring, de Araras, empresa que tem 11 anos de existência. Marco é o único dono da empresa e atende nove clientes daquela cidade. Não trabalha com cheques, apenas com duplicatas, de até 30 dias. A M. Factoring desconta títulos com taxas de 3,8 a 5%, possui capital de R$ 300 mil e não é filiada à Anfac.

A empresa não aponta aumento de capital desde que houve a separação de sócios em 1992. Na época, o capital lançado foi de R$ 2,91, e permaneceu assim no último balanço.

O representante da empresa Agent não compareceu à reunião, mas enviou atestado médico.

A Comissão decidiu convocar, com urgência, Ruth Escobar e o delegado que acompanha a denúncia, feita pela ex-deputada, contra instituições bancárias que, segundo ela, desviaram dinheiro de sua conta no exterior. Segundo cópias de documentos enviadas pelo Tribunal de Justiça sobre o assunto, há indícios de que se trata de evasão de divisas.

Também foi decidida a realização de acareação entre o cliente Roberto Vieira Machado e o gerente do Unibanco, que contestou informações apresentadas por Machado.

A próxima reunião acontece dia 20/3, a partir das 14h30.

alesp