Palestras relatam experiências em gestão esportiva


23/04/2009 20:59

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Secretária municipal de Esportes de Amparo, Ana Maria Camargo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2009/SEMINAESPOTESAnaMariaCamargoSecEsportesAmparo05MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Walter da Silva, assessor de esporte da Liderança do PT<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2009/SEMINAESPOTESValter2852MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Professor de Educação Física José de Souza Teixeira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2009/SEMINAESPOTESJosedeSouzaTeixeiraprofeducfisica12MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No segundo dia do seminário Projetos de Esporte e Lazer, promovido pela Assembleia Legislativa, a secretária municipal de Esportes de Amparo, Ana Maria Camargo, explicou que o maior desafio de um dirigente é a formação das equipes técnicas de apoio.

Educadora física há 22 anos, Ana Maria está na segunda gestão à frente da secretaria. Ela relatou que, ao assumir a pasta, sua maior preocupação foi trabalhar na formação da equipe. Na ocasião, encontrou uma situação muito difícil, com equipamentos deteriorados, áreas abandonadas, e uma equipe desvalorizada, sem planos de carreira e metodologia de trabalho.

Segundo Ana Maria, as secretarias municipais de Esporte servem muitas vezes para trocas políticas, com preenchimento de cargos por aliados. Em Amparo, ela citou que tem tido o cuidado formar sua equipe somente com profissionais ligados ao esporte.

Outro quesito importante, segundo a oradora, é o planejamento: "tem de se conhecer a estrutura existente para chegar à estrutura idealizada". Dentro dessa estrutura, ela apontou a equipe de servidores, os equipamentos esportivos, o suporte técnico, as modalidades esportivas praticadas e os apoiadores, como clubes e associações.

A secretária relatou que os cinco clubes da cidade, embora tenham isenção de IPTU, não tinham qualquer responsabilidade social. "Atualmente, a população usa campos de futebol e piscina desses clubes", destacou.

Para Ana Maria, parceria com outros órgãos públicos também é fundamental. A palestrante explicou que muitos eventos são realizados conjuntamente com as secretarias de Saúde e da Educação.

Como o seminário é voltado para secretários municipais de Esporte e gestores de Esporte, tanto a palestrante quanto Walter da Silva, assessor de esporte da Liderança do PT, ressaltaram a importância de os municípios terem instalados o Fundo Municipal de Esporte e o Conselho Municipal de Esporte. Ela orientou, ainda, que os municípios tenham leis específicas que disciplinem o uso dos equipamentos esportivos e o funcionamento dos conselhos e dos fundos municipais.

A secretária expôs que Amparo reserva 1,2% do orçamento municipal para a Secretaria de Esporte e Lazer, valor que é gasto principalmente com arbitragem, alimentação, transporte e premiação em campeonatos.

Ao final, Ana Maria, concluiu que o fortalecimento das secretarias vem com a qualidade do serviço, pois a população passa a exigir a manutenção das atividades.



Futebol e educação



Na palestra seguinte, o professor de Educação Física José de Souza Teixeira, que trabalha em comissão técnica de times de futebol há mais de 55 anos, explanou como o futebol pode contribuir na Educação.

Teixeira lembrou como se tornou o primeiro preparador físico em clubes no Brasil. Ele contou que a Seleção Brasileira contratou um professor da Escola de Educação Física do Rio de Janeiro, Paulo Amaral, para treinar os jogadores da Seleção, tendo conseguido bons resultados em copas na década de 1950. Após esses êxitos, o time do São Paulo acabou por contratá-lo.

O segredo de seu sucesso, segundo ele próprio relata, foi o fato de reconhecer as diferenças dos atletas. "Se somos diferentes uns dos outros, por que não individualizamos o treinamento?", questionou. Tendo como exemplo o basquetebol americano, que já naquela época fazia levantamento de acertos e erros dos atletas, ele passou a fazer mapeamento de dados dos jogadores de futebol. "Quando se tem essas deficiências anotadas, tem-se condições se fazer planejamento. Se não se sabe aonde vai, não se chega a lugar algum", disse o professor.

O levantamento, a análise, sugestões por escrito, controle estatístico e relatório final. Tudo isso serve de base para o planejamento seguinte. Se não se fizer isso, é perda de tempo, leciona Teixeira.

Outro conselho dele é o respeito às peculiaridades de cada lugar, cada setor em que o profissional trabalha. Citando a palestrante anterior, a secretária de Amparo Ana Maria Camargo, ele afirmou que nem tudo que se aplica àquela cidade pode ser aplicado a outros municípios. Segundo ele, é preciso se adaptar ante as situações encontradas.

Em sua carreira, Teixeira disse que trabalhou em muitos países, como Peru, Colômbia e Arábia Saudita, e sempre procurou respeitar os costumes encontrados nesses lugares.

O relacionamento no trabalho também foi destacado pelo palestrante. "Todos agradecem a Deus, à família e à união do grupo. Por vezes, se esquece a família, mas o grupo não", afirma Teixeira.

O trabalho é tão importante quanto o relacionamento, acredita Teixeira. A concentração unicamente no trabalho traz má qualidade de trabalho e rendimento, além de baixo comprometimento.

Por fim, Teixeira, após explicar que liderança é a habilidade de influenciar pessoas para que trabalhem com entusiasmo, visando atingir os objetivos traçados, disse que um bom líder deve ter autoridade, ser paciente, saber mais que os liderados e ter vontade de ensiná-los e corrigi-los quando necessário, mas acima de tudo que os valorize e os incentive.

alesp