Carlos Herglotz: um olhar livre que capta e reproduz cenas do folclore paulista Embora muitos críticos de arte e enciclopédias coloquem tudo numa mesma definição, a arte naïf, à diferença da arte popular, da primitiva e da chamada "art brut", tem como principal característica a ingenuidade e a originalidade que pode ser expressa, inclusive, por pessoas letradas. Apaixonado pela natureza que retrata com uma realidade simples e o identifica à vida quotidiana de uma região rica de folclore como o Vale do Paraíba, Carlos Herglotz percorreu um caminho que é rico de experiências, de novas exigências ditadas pela insatisfação e pelo desejo de não se fixar sobre um único gênero, mas experimentar novas linhas estilísticas. Através de um processo interior, a figura humana, a paisagem e as festas folclóricas foram simplificando-se, sendo visível nas recentes composições uma pintura de um cromatismo onde o azul predomina, e um crescer de interesse pelos habitantes do campo envolvidos por uma religiosidade histórica e pelo mundo em que vivem. Não há dúvida que a razão de suas obras é o tema nelas representado. Sobre suas telas pinta elementos muitas vezes desligados de seu contexto no espaço. São elementos que flutuam e reproduzem cenas captadas por um olhar livre de uma formação acadêmica artística, naturalmente distante de qualquer pressão cultural. A obra Esplendor paulista no sítio, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, reflete que Carlos Herglotz, após diversas pesquisas, encontrou o estilo que lhe é congenial, comprovando, assim, poder dar à própria criação um caráter pessoal, espontâneo e sugestivo. O Artista Carlos Herglotz, pseudônimo artístico de Carlos Alberto de Moraes, nasceu em Taubaté em 1959. Inicialmente autodidata, frequentou a Escola Panamericana de Artes em São Paulo e o atelier da professora Albana Abireched. Instalou ateliers em São Paulo, Taubaté e Ubatuba. Participou de inúmeras exposições, entre elas: "Fibras e Texturas", Biblioteca Pública de Curitiba, PR; 4º Salão de Artesanato, BADEP, Curitiba, PR; "Artesanato em Fibras", Bosque dos Príncipes, Joinville, SC; Salão de Artesanato de Inverno, Gramado, RS (1980); "Natal Brasileiro", Museu de Arte Sacra de São Paulo, SP (1988); "Presépio Artesanal", Igreja do Pilar, Taubaté, SP (1990); Mostra de Arquitetura e Decoração, Taubaté, SP (1997); III Expo de Decoração do Center Norte, São Paulo, SP; "Luminária", Galeria Vertente, Campos do Jordão, SP (1998); Salão do Artesanato Mineiro, Belo Horizonte, MG (2002); Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras, SP (2005); "Futebol Alegria do Povo", Memorial da América Latina, São Paulo, SP; Museu Casa de Portinari, Brodósqui, SP; Tupã, SP (2006); Clube Náutico de Ubatuba, SP; Museu de Arte de Ribeirão Preto, SP; V Salão de Belas Artes de Ubatuba, SP; Festival de Inverno de Campos do Jordão, Hotel Frontenac, Campos do Jordão, SP (2007); IV Mostra de Arte do Vale do Paraíba, Taubaté, SP; Museu de Arte Primitiva José Nazareno Mimessi, MAPA, Assis, SP; I Mostra de Arte Naïf do Vale do Paraíba, Museu Histórico, Taubaté, SP; Galeria Helena Calil, Fundação Cultural Cassiano Ricardo, São José dos Campos, SP (2008); II Mostra de Arte Naïf do Vale do Paraíba, Centro Cultural, Taubaté, SP; VII Mostra de Arte Naïf, SESI, São José do Rio Preto (2009); "Naïfs do Mar", Secretaria de Estado da Cultura, Iguape, Santos e Caraguatatuba, SP; III Mostra de Arte Naïf do Vale do Paraíba, Centro Cultural, Taubaté, SP; VII Mostra de Arte Naïf, SESI, São José do Rio Preto, SP (2009); Cultura Inglesa, Taubaté, SP (2010); Ateliê Mineiro Casa 322, Pouso Alegre, MG (2010-2011); Pinacoteca Anderson Fabiano, Taubaté, SP. Recebeu diversos prêmios, entre eles: Menção honrosa no Concurso "Natal Brasileiro" (Relevo Araújo e Consulado da França) " São Paulo, SP, 1988; Menção honrosa no III Salão de Belas Artes de Ubatuba, SP, 2005; Menção honrosa no XXII Salão de Artes Plásticas de Guaratinguetá, SP, 2006; Medalha de Prata no XXIII Salão de Artes Plásticas de Guaratinguetá, SP, 2007. Possui obras em coleções particulares e no Museu de Arte Primitiva de Assis, na Pinacoteca Anderson Fabiano, Taubaté, no Acervo de Arte da UNESP e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.