Museu da Escultura ao Ar Livre - Dolly Moreno


20/03/2012 09:57

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The Coupling<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2012/DOLLYMORENOOBRAx.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dolly Moreno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2012/DOLLYMORENOx.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na sua aproximação ao informal, a escultora Dolly Moreno estabelece um diálogo com a matéria exaltando secretas cargas expressivas, fundindo-as com a forma. São formas esplêndidas, rigorosas e estritas que partem de um único modelo e se desenvolvem com limpidez geométrica.

O tratamento dado às superfícies cria efeitos sensíveis quase picturais. Leves torções, mínimos espaços vazios se interrompem e retomam sugerindo um lento movimento de rotação, implacável e forte como o astro que domina a nossa existência.

Perseguindo a formulação de esculturas esteticamente projetadas mediante aqueles elementos que tendem a um aprofundamento plástico da composição e da estruturação arquitetônica, a obra de Dolly Moreno se coloca na continuidade histórica do construtivismo.

Embora tenha trabalhado nos mais diversos materiais, Dolly Moreno demonstra uma grande predileção pelo metal, aço cortén ou aço polido, os quais emprega em composições com equilíbrio sofisticado, muitas vezes desenvolvidos ao redor de um ponto central fictício, um espaço deixado vazio mas fortemente acentuado por diversos volumes plenos que o envolvem. As oposições verticalidade-horizontalidade, linearidade-curvatura, pleno-vazio se afirmam em equilibrados contrapontos.

Arte de essência monumental, muitas vezes concebida para dimensões arquiteturais, inúmeros são os projetos imaginados e realizados pela artista que receberam uma aplicação em tais medidas.

Dolly Moreno possui um íntimo conhecimento do diálogo forma-espaço, o que lhe possibilita criar um inestimável suporte à arquitetura contemporânea.

Suas soluções são caracterizadas por um estilo forte e sóbrio, pleno de tensão. Criando linhas geométricas que aproximam a construção a um mundo mais leve, mais transparente e mais ordenado, sua obra está em harmonia perfeita com a própria arquitetura.

Os elementos da superfície e do espaço são cuidadosamente elaborados. Através da superfície plana cria o milagre do espaço servindo-se de diferentes direcionamentos com um perfeito sentido da medida e da proporção.

Na obra The Coupling, doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre, a tensão na escultura de Dolly Moreno provém em grande parte da oposição entre o volume e a forma geométrica pura, que induz o material a alcançar o limite de sua força de rompimento e de equilíbrio. E o resultado é uma recíproca tensão entre a obra e o observador.





A artista

Dolly Moreno nasceu em Alexandria, no Egito, filha de pai de origem grega. Estudou na Universidade de Artes Plásticas do Cairo e no L"Atelier, em Alexandria. Após a guerra travada no canal de Suez, transferiu-se em 1956 com a família para a França, onde frequentou o curso de Belas Artes em Montmartre. Mudando-se para os Estados Unidos, onde viveu oito anos, frequentou cursos no Queens College, de Nova York. Vindo para o Brasil, estudou artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, onde teve aulas de escultura com Nicolas Vlavianos.

Participou de inúmeras exposições coletivas, destacando-se entre elas: 3º e 4º Salão Paulista de Arte Contemporânea, Masp, São Paulo (1971 e 1972); 1ª Mostra de Múltiplos Brasileiros, Galeria Múltipla, São Paulo (1973); XIII Bienal de São Paulo, São Paulo; Arte Aplicada, Masp, São Paulo (1976); 1ª Mostra do Móvel e Objeto Inusitado, Paço das Artes, São Paulo (1978); Esculturas Lúdicas, Masp, São Paulo (1979); 4 Artistas Norte-Americanas, Gloria Luria Gallery, Miami (1982); Mostra Maria Imaculada (1984, 1985 e 1986); 5 Artistas, Ribeirão Preto, SP (1986); Embaixada dos Estados Unidos, Brasília (1987); Chicago International Art Exhibition, Estados Unidos (1988 e 1989); 3rd e 4rd International Art Exhibition, Los Angeles (1988, 1989, 1991 e 1992); Arco International Art Exhibition, Madri (1989 e 1990).

Entre suas exposições individuais, merecem ser citadas: Gloria Luria Gallery, Miami (1974, 1976, 1981 e 1986); Gallerie Jean Claude Bellier, Paris (1974); Selecte Artist Gallery, Nova York (1975, 1977 e 1982); Galeria Arte Aplicada, São Paulo (1976, 1981, 1983, 1997, 2000 e 2002); Galeria Graffiti, Rio de Janeiro (1977); Galeria Babelidus, São Paulo (1985); Redies Gallery, Dusseldorf, Alemanha (1988); Charles Whitechurch Gallery, Califórnia (1989); Nan Miller Gallery, Rochester, New York, USA; Galeria Escultura, São Paulo (1993); Galeria André, São Paulo (1997); Hospital Albert Einstein, São Paulo (1998); Coda Gallery, Palm Springs, Califórnia, USA (2001 e 2002); Elaine Baker"s Gallery, Boca Ratom, Flórida (2003).

Possui obras em diversas coleções particulares e museus da França, dos Estados Unidos e do Brasil, entre eles o Museu da Escultura ao Ar Livre, instalado nos jardins da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp