O expressionismo de Licia Simonetti reduz a realidade de suas paisagens saídas da memória e dela esverdeadas a uma manifestação de sentimentos e emoções, exaltando as belezas da natureza com uma impostação bem pessoal. Os personagens que alternadamente inclui tanto em suas cenas bucólicas quanto em suas paisagens, a artista vai além da simples representação pois que as linhas nervosas de seu traço conclui sinteticamente as imagens nas quais o fator psicológico tem forte participação. Sob extrema tensão seu traço delineia seus personagens que fazem parte de uma linguagem coerente para transmitir as suas sensações, os seus momentos de liberação e de esperança. A artista pinta suas paisagens com rápidas e carnosas espatuladas postas com um ritmo rico e calibrado da composição. Aos largos espaços tonais prefere as sensações de cores particulares; cada qual possuindo vibração própria e no conjunto formando uma harmonia capaz de suscitar a alegria de verdadeiros momentos poéticos. A obra "Recordações Alpinas", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, define o discurso pictórico de Licia Simonetti que não necessita de muitas palavras porque se faz compreender facilmente através do seu cromatismo, a luz e a poesia de uma pintura despojada de intelectualismos de moda. A Artista Licia Simonetti pseudônimo artístico de Maria Licia Bonin Simonetti, nasceu em Limeira, SP em 1962. Neta do pintor napolitano Antonio Panaro que desde 1919 usou a técnica do afresco para pintar várias igrejas no Brasil, desde os oito anos de idade passou a se interessar pelas artes plásticas. Autodidata, a artista vem desenvolvendo várias técnicas de pintura, inspirando-se nos grandes mestres. Participou de workshops com pintores renomados como Ludmila Araujo, Douglas Franschetti, Rubenza, Demétrius Nunes e Rocco Caputo. Paralelamente a artista produz artesanatos variados, fazendo pintura em tecidos, em madeira, patchwork, painel em parede, caixinha em madeira, gesso barroco, patina e marmorização em paredes, entre outras técnicas. Durante 27 anos dedicou-se à educação fundamental sendo professora por 12 anos e 15 como diretora. Desde sua adolescência tem procurado transmitir todo seu conhecimento para o bem da arte e de seus alunos. Realizou estudos de história da arte nos principais museus da Europa, participou de exposições individuais na França, em Portugal e na Itália. Possui obras em diversas coleções particulares no exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. Este ano foi selecionada para participar da Bienal Internacional de Florença (2011) e da Bienal de Arte Internacional de Roma (2012).