Afonso de Luca interroga o homem e a arte através de suas típicas colagens "pop"


17/10/2007 10:57

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Marilyn<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Marilyn.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Afonso de Luca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Afonso de Luca.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Batman<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Batman.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Afonso de Luca não escapou da vontade de realizar obras de arte através de colagens. Encontrou seu caminho, um caminho próprio nessa técnica, inovando tranqüilamente com o uso de recortes de tecidos e de papéis, cubistas ou surrealistas como, aliás, fazia Max Ernst.

A abstração que se exprime através dessas colagens permite ao artista escolher com grande liberdade tanto formas quanto cores, quase como uma improvisação musical. Mesmo nos formatos mais restritos a pesquisa encontra-se cada vez mais depurada, mas sempre com uma dimensão que depassa os limites do próprio quadro.

Apesar das colagens, de Luca não rompeu com o uso do pincel e do crayon. Misturando técnicas as mais diversas sobre tecidos ou telas, inclui tanto o preto quanto o branco e muitas cores, discretas ou fortes.

Sobrepondo desenhos às combinações múltiplas de figuras emblemáticas e simbólicas, encontramos a constante presença de Marilyn Monroe - quase uma fixação -, de Batman, esboços de caças e de teco-tecos, arranha-céus, acrescidos aqui e acolá de velocímetros, lábios, sandálias e toda sorte de objetos. Tudo isso recoberto de texturas florais salientes que conseguem formar, ao olhar do espectador, um verdadeiro "puzzle".

Com a decomposição dos elementos, Afonso de Luca interroga o homem e a arte na sua ilusória continuidade e demonstra que domina bem a sua expressão. Por outro lado, a principal fonte de inspiração visual do artista parece ser nitidamente ligada a fatos do quotidiano paralelamente a lembranças de um passado cuidadosamente reconstituído no emaranhado de seu subconsciente.

Pedra de toque de uma nova antropologia, suas obras têm raízes tanto no histórico quanto no contemporâneo. Exemplo pertinente é a obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, intitulada Batman e Marilyn, onde suas imagens nascem de uma reflexão sobre os personagens e sobre os termos chaves da chamada "pop art".

O artista

Afonso de Luca, que adotou o nome artístico de Fonthor, nasceu em São Paulo no ano de 1954. Formou-se em Engenharia pela FAAP e começou a pintar a partir de 1967. Por volta de 1971, viajou para Europa, onde passou alguns anos.

Participou de muitas exposições coletivas e particulares, destacando-se entre elas: Salão de Artes Plásticas Estudantil de Americana (1968); Salão de Artes Plásticas de Campinas (1969); Salão de Artes Plásticas Estudantil de Hemel Hempstead, Inglaterra (1971); IAMSPE, São Paulo (1982); Galeria Licci, Milão, Itália (1988); Vila Zoraide, São Paulo (1996); Galeria de Arte Centrinho - Granja Viana - São Paulo (2001 e 2002); 4º Salão de Arte do SESC Amapá (2002); XXIX Salão de Arte Jovem - Centro Cultural Brasil-Estados Unidos - Santos (2002); XXIX Salão de Arte Jovem - Casa Cultural Brasil-Estados Unidos - São Vicente (2002); Museé d´Art de Mont-Saint Hilaire "L´Art Pour Tous, Tous Pour L´Art.", Quebec, Canadá (2002).

Possui obras em inúmeras coleções particulares e oficiais e no acervo do Museu do Parlamento de São Paulo.

alesp