Pai de dentista assassinado quer acesso de mais pessoas ao julgamento de acusados


25/07/2005 18:10

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Família do dentista Flávio Sant"Anna reivindicama concessão de mais credenciais para que possam assistir ao julgamento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/familia-david.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jonas Sant"Anna, pai do dentista Flávio Sant"Anna, morto em fevereiro de 2004 por policiais militares <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/jonas-david (1).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Jonas Sant"Anna, pai do dentista Flávio Sant"Anna, morto em fevereiro de 2004 por policiais militares após ser detido no aeroporto de Guarulhos, quer que a família da vítima tenha mais acesso ao julgamento dos acusados, que acontece nesta quarta-feira, 3/8, no 2º tribunal do júri em São Paulo.

O pai da Flávio esteve na Assembléia Legislativa na sexta-feira, 22/7, com o intuito de mobilizar grupos que combatem o racismo, incluindo movimentos que atuam no Legislativo paulista e deputados, para que reivindiquem a concessão de mais credenciais para que a família e representantes de ongs possam assistir ao julgamento. Jonas explicou que a família tem direito a apenas cinco senhas, enquanto cada réu também terá direito ao mesmo número. Jonas quer que o julgamento seja acompanhado pelo maior número possível de familiares e de pessoas ligadas ao movimento negro, na espera de que essa participação maciça influencie o júri popular.

O julgamento

O dentista Flávio Sant"Anna foi preso no aeroporto após ter sido confundido como autor de um assalto a Antonio dos Anjos. Depois de alvejarem Flávio com dois tiros no peito, os policiais coagiram Antonio a afirmar que o dentista era o assaltante, de forma a justificar a morte de Flávio, caracterizando fuga e resistência à prisão. Entretanto, Antonio dos Anjos acabou desmentindo seu primeiro testemunho e se tornou a testemunha chave do julgamento desta quarta-feira.

O tenente Carlos Santos, o cabo Ricardo Rivera e o soldado Luciano Dias serão julgados por homicídio qualificado, fraude processual (montagem da cena do crime) e porte ilegal de arma. Pelos três crimes, cada um pode ser condenado a até 38 anos de cadeia. Eles já estão presos.

Aguardam o julgamento em liberdade os soldados Ivanildo Cruz e Deivis Lourenço, cujos crimes atribuídos são fraude processual e porte ilegal de arma, com pena de até oito anos cada um. Os soldados Edson Assunção e Magno Moraes são acusados de coação a testemunho.

alesp