Gustavo Ulson: o surrealismo fantasmagórico que reúne ilusão, fantasia e sonho A chave do possível não tem segredos para Gustavo Ulson. Trata-se de um artista que desenha como respira, num estado de êxtases sucessivos que não tem nada de iluminações metafísicas. Ele surpreende totalmente o observador pela espontaneidade, até mesmo por suas "familiares" epifanias, tão fantasmagóricas que constituem uma verdadeira chamada à ordem das coisas. Trata-se de uma ordem inata pelo gênio sempre pronto a captar a beleza do seu "mundo", sem prevenção, nem artifícios mas com ímpetos generosos. É o mundo bem próprio de Gustavo Ulson, onde sua inspiração encontra uma exaltação a jato contínuo, tal uma torrente invadindo repentinamente um canto do espírito inflamado por ritmos ardentes de viril essência. O real e o espírito podem estabelecer ligações importantes como a ilusão, o fantástico e o sonho. Gustavo Ulson é um artista que possui uma extraordinária faculdade de criar renovando-se diariamente, sem se renegar, o que releva de um certo prodígio. Ele crê num permanente fantástico e estabelece um diálogo frutuoso com tudo que possui um significado: símbolos, onirismo, sensualidade espiritual e esoterismo. Figuras, efígies enlaçadas, bestas fabulosas, casarios acoplados a fantasmas, maternidades e arquiteturas de todos os tempos, pequenas pontes sobre riachos ligando o futuro a sofrimentos passados, variações sobre temas os mais diversos, todos de uma fascinante grandiosidade. A potência criadora e o dinamismo de Gustavo Ulson são evidentes nas três obras doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. Seu traço veloz anima a superfície plana onde suas virtudes artísticas criam imagens surrealistas fantasmagóricas. O Artista Luiz Gustavo Ulson, pseudônimo artístico de Luiz Gustavo Barbosa Ulson, nasceu em Araras, em 1961. Embora tenha se formado na Faculdade de Medicina de Santos em 1980 e concluído sua especialização em ortopedia pela Unicamp em 1989, desde criança se interessou pela arte dedicando-se com afinco ao desenho. Vale salientar que entre uma consulta e outra desenha quase que compulsivamente. O ato de desenhar é algo prazeroso para o artista-médico que usa caneta azul ou preta sobre o papel branco. Sua evolução teve início no final dos anos 70 desde quando vem aperfeiçoando sua técnica aproveitando também a mudança na imaginação. Desenhar tornou-se para ele um momento de prazer e de relaxamento ligado à criatividade. Esporadicamente tem exposto seus trabalhos em Campinas, em Araras e Santos. A mostra atual no Espaço Candido Portinari é a primeira de importância na Capital paulista. Foi recentemente convidado para realizar no próximo ano exposições em Jaguariúna, no Espaço Cultural do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo e foi convidado a participar de exposições na Itália durante o não de 2012.