Os "quadros objetos" de Lúcia Romano dão vida a uma arte autêntica e rica de motivos intelectuais

Emanuel von Lauenstein Massarani
06/04/2004 14:00

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Obra sem título <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Lucia Romano Sem titulo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lúcia Romano<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/LuciaRomano.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Lúcia Romano procura, através de uma espécie de recuperation-art, a invenção de "quadros objetos". Ela cria formas nas quais concretiza suas obsessões e seus desejos. Ao expressar-se, a artista parte ou alcança a determinação de um ideal de recuperação do que a natureza nos oferece, no caso os resíduos de madeira ou de tecidos. A sua invenção é sempre dominada por uma profunda exigência arquitetônica, musa secreta do seu trabalho artístico.

Na imagem abstrata de suas composições, fruto da colagem de lascas de madeira, de tecidos sobrepostos com desenhos a lápis, tudo reflete um comportamento frente à realidade, enfim, uma participação racional à vitalidade do mundo que a circunda.

Como resultado, encontramos em suas obras uma magia sutil e inquietante, onde aparições dão forma visível a uma realidade invisível. O fascínio de um mistério revelado no seu aspecto incongruente e fantástico mas impregnado de uma realidade sentimental que é aquela da interioridade.

A longa maceração dos tons quase monocromáticos e, um proceder narrativo lento, dão a impressão que a artista esteja renovando um culto genético pela madeira. Toda essa atmosfera de mistério se enriquece de uma nova componente narrativa, uma madura visão simbolista que confere a suas obras uma forte nota de modernidade. Exatamente pela força que emana desse seu ecletismo, os elementos da composição captados pela artista harmonizam entre si, dando vida a uma arte autêntica rica de motivos intelectuais.

Através da leitura de suas colagens, encontramos um campo de aplicação exemplar, seja pela qualidade que pela originalidade. Frente a suas obras temos a sensação que exercitou um esforço instintivo. Na obra "Sem título", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, existe uma relação perfeitamente equilibrada entre poesia e estrutura, onde se denota uma criatividade em fase de pleno enriquecimento.

A Artista

Lucia Romano nasceu em São Paulo em 1970. Formou-se no Curso Superior de Moda na Faculdade Anhembi - Morumbi (1993). Realizou a seguir diversos cursos determinantes para sua formação artística: serigrafia (1994) e curso de qualificação profissional de design de interiores, (1995) ambos pelo Senac de São Paulo.

Com Elizethe Potye fez em 1996 vários cursos sobre desenvolvimento de desenhos em faiança; pinturas especiais, folheação a ouro, prata e cobre no Escritório de Pesquisa e Divulgação da Arte (1997); curso de pinturas Trompe L'Oeil com Ronaldo Bertaco (1998); curso de pinturas decorativas na Fundação Armando Álvares Penteado,(1999); Workshop de pintura encáustica. No ano 2000 iniciou estudos de arte contemporânea no Estúdio Contempoarte, orientada pelo consagrado pintor chileno Valdo Bravo.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, das quais destacamos: ¨ Tempo Aberto ¨, Espaço Cultural Paineiras do Morumbi, SP (2001); 1º Bienal de Gravura de Santo André, Paço Municipal de Santo André (2001) e Mostra de arte contemporânea ¨Assimilações ¨, na Galeria Villaça Bisacchi, SP (2002).

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