A magia das obras de Vila Nova formada por crenças, superstições e lendas nordestinas

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
05/04/2006 11:53

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Serpente Vermelha<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Serpente vermelha.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sérgio Vila Nova<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/VILA NOVA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pavão Misterioso<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Pavao misterioso.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A arte popular que qualificava as tradições e o folclore de uma comunidade perdeu a própria razão de existência. Sua essência foi herdada por homens singulares e sensíveis que se transformaram em poetas do passado no qual se esconde um primitivismo sempre menos manifestado e mais esquecido.

As figuras de Vila Nova, um artista primitivo de Olinda, parecem se transformar em símbolos como todas as coisas, as árvores, as flores, os animais pertencentes a esse mundo tão diversificado, misterioso e estimulante que o pintor tem a oportunidade de penetrar através do folclore do Nordeste.

Embevecido dos temores, das crenças, das superstições, das lendas e das angústias de sua terra e de sua gente, o artista se movimenta como num clima bem pessoal. Segredos de magias entrevistas, arrancados como confissões, afloram nos seus temas e nas suas composições, esquematizadas dentro de forte cromatismo.

Vila Nova é um pintor simples, que vê na pintura a liberação de toda tensão. Suas telas assim o demonstram. Numa perspectiva torcida, numa dimensão sem dimensão, o inconsciente aparece. Aparecem assim as recordações desse artista, até mesmo aquelas recordações que são somente sombras, sombras de coisas que nunca realmente existiram.

Sua escritura se aproxima dos afrescos rupestres da era paleolítica, enquanto sua visão, não se assemelhando nem de longe nem de perto a nenhuma outra, atrai imediatamente a atenção. Nas obras Pavão misterioso e Serpente vermelha, doadas por Rubens Ciasca ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, os personagens de Sérgio Vila Nova são fantásticos, sem contato com o real. Eles se assemelham muito mais a criações diabólicas da Idade Média que aos engenhos tecnológicos de nossos dias, mas despertam igualmente grande interesse.

O artista

Sérgio Vila Nova nasceu em Pernambuco, em 1962. Autodidata, iniciou-se nas artes em 1974, quando recebeu o Prêmio Museu do Estado de Pernambuco. A partir de 1982, passou a realizar exposições individuais e coletivas em várias galerias, salões e espaços culturais do Brasil e do exterior.

Destacam-se entre elas: Centro Cultural H. Stern, Rio de Janeiro; Laumeier Sculpture Park, Saint Louis, Estados Unidos; Het Domein, Holanda; Cassino do Estoril, Portugal; e Museu Internacional de Art Naif do Brasil.

Recebeu prêmios no Salão de Arte de Pernambuco (1982); Movimento Arte para Todos, Ceará; Salão de Arte Celpe, Pernambuco (1983); Salão da Ferrovia, Rio de Janeiro (1986); 1º Salão de Marinhas, Pernambuco (1992); e Cassino do Estoril, Portugal (2003).

Possui obras em diversas coleções particulares no exterior e no Museu do Parlamento de São Paulo.

alesp