O deputado Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho do PT, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, recebeu nesta quarta-feira, 10/8, a visita do Babalorixá Adeyela Adelekan, chefe-líder do Culto dos Orixás no Ilê Ifé da Nigéria, e do deputado federal de Angola, Agostinho Ramos.Em visita oficial ao Brasil, as autoridades africanas fizeram questão de conhecer o trabalho do Parlamento paulista, onde participaram do 1º Seminário de Saúde, Direitos e Deveres das Religiões Afro-brasileiras, promovida por Roberto Felício (PT), e se reuniram com o presidente do Legislativo, Rodrigo Garcia (PFL).Recepcionados por babalorixás e ialorixás de diferentes tradições dos cultos africanos, o rei Adeyela Adelekan, como é chamado na Nigéria, ratificou seu respeito e alegria por estar na Assembléia dizendo que todos os governantes, independente de raça, cor e tradições, são abençoados por Deus e, na sua visão, são considerados reis.Em seu discurso, o representante nigeriano ressaltou a paz, o respeito às leis e às tradições de cada povo e pediu aos orixás que dêem "sabedoria" aos líderes políticos. Adeyela Adelekan lamentou o preconceito aos cultos e tradições africanas e pediu às autoridades que reconheçam judicialmente a realização de casamentos nos templos religiosos africanos.Agostinho Ramos, presidente da Comissão de Direitos Humanos de Angola, lidera uma comitiva de cinco deputados federais que, há 15 dias no Brasil, visitam os presídios do Rio de Janeiro e de São Paulo que abrigam criminosos angolanos. "Essas visitas oficiais são feitas a três países: Brasil, Portugal e África do Sul, que acolhem o maior número de angolanos fora do país", explicou o deputado.Em reunião com o presidente Rodrigo Garcia, os visitantes se mostraram surpresos com os números que envolvem as atividades do estado. "Devido a essa expressividade é que devemos ouvir a população e tentar traduzir em leis o que a sociedade anseia", disse Garcia.