Pouco ou quase nada se conhece no Brasil sobre a arte da Oshibana-e, cujo nome se origina de uma expressão japonesa derivada do verbo osu - que pode ser traduzido por apertar, empurrar, prensar, bana é flor, enquanto que "e" significa desenho. Oshibana-e é, pois, uma obra artística composta por folhas, flores e ramos prensados, arte que não é feita por métodos tradicionais, sem o uso de óleo, acrílico, aquarela e pastel, entre outros.Embora os primeiros Oshibana datem do século XV, encontrados que foram na correspondência de botânicos e médicos que intercambiavam plantas para uso medicinal, a partir do século XVII, constatou-se a presença na Inglaterra dessas flores prensadas em molduras, capas de bíblias e pequenos objetos. Os imigrantes ingleses levaram essa arte para os Estados Unidos, onde, até hoje, é muito divulgada, com a utilização de diversas técnicas.Alice Midori Imai é uma das raras artistas que desenvolve essa arte no Brasil, com feliz criatividade e coerente pesquisa. Nessa difícil técnica, a artista demonstra ter alcançado metas importantes, dominando a escolha da cor, da concretização e eficácia de seu trabalho. Num mundo consumista e agitado como o nosso, envolvido por problemas que relegam o belo a uma posição secundária, a artista demonstra seu amor pela natureza com a alma que lhe é própria.A sua obra nasce de solicitações de uma intima emoção, portanto é algo de "sentido" e não artificial. Ela nos faz compreender que o dom divino da arte, pode-se aperfeiçoar através de uma escola ou com experiências de contatos externos mas se aprende principalmente com o coração. Seus tons são delicados, poéticos, agradáveis de serem observados, porque tocam e provocam nossa fantasia. Os quadros criados por Alice Midori Imai seduzem por meio da cor que fascina com uma virtude interior e age como elemento catalisador do ponto de vista óptico-perceptivo. Em "Folhas de Imbaúbas", obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, a artista parte do monocromatismo da natureza, não para elaborar abstratas figurações de valor formal, mas para evidenciar sutis e penetrantes ritmos interiores no arco de uma operação que fala da inteligência pictórica.A ArtistaAlice Midori Imai nasceu em São Paulo em 1938. Mudou-se para o Japão em 1996, onde permaneceu até 1999 estudando a técnica Oshibana (flores prensadas) na Escola Fushigi Na Hana Club, e no Coronet Atelier Heart, na Província de Saitama, com a mestra Yumiko Kotaka.Participou das seguintes exposições: Maruhiro Department Store, Província de Saitama, Japão (1999); Espaço Cultural da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, SP (2001, 2002 e 2003); Oktober Fest, SP (2001); May Fest, SP; Nippon Country Club, Arujá, SP; Espaço Cultural do Club Transatlântico, SP; Clube Coopercotia, Cotia, SP; (2002); Museu de Sant'Angelo, Roma, Itália; Espaço Cultural do Banco Central do Brasil, SP; Poupa Tempo, Santo Amaro, SP; Graded School, SP; Sociedade Cultural da Província de Mie, SP (2003); Espaço Cultural do The British Internacional School, SP; Espaço Cultural Banco Real, SP; Espaço Cultural Banco Sudameris, SP e Hiroshima Kenjinkai do Brasil, SP (2004). Possui obras em diversas coleções no Japão, Inglaterra, Brasil, e no Acervo Artís0tico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.