Renata Simões pertence à classe de artistas que se inspiram de um próprio mundo poético. Trata-se de uma pintora que não está bloqueada em esquemas próprios da pintura realista, mas é sensível às solicitações da fantasia e atenta em seguir, por um fio condutor simbólico - narrativo, um particular tipo de idealização da realidade. Em suas obras a limpidez do desenho, o forte cromatismo, o meticuloso cuidado do detalhe e a atmosfera que elabora alcançam uma intensidade criativa e uma calorosa espontaneidade. Pela autenticidade, suas obras exprimem pura poesia, aliás, o mundo poético que nelas se move é evidente e tocante. Ela exprime algo de diferente que é seu e tão somente seu: o modo de reduzir certas cores à sua essência e criar um clima de efeitos sugestivos. Renata Simões pinta paisagens exóticas que, por riqueza de luz e de cor, respondem ao seu sentido cromático, com intensas e acesas contraposições tonais. Essas paisagens, onde terra e céu absorvem uma orgia de tintas, conferem ao casario ou à vegetação que as compõem, reflexos e aspectos mágicos evocados com eficácia e convincente linguagem. Artista exótica, culta e sensível que não pode ser classificada de primitiva, cria composições com cores e ambientação da natureza. Seu refinamento chama a atenção do observador, paralelamente à sua habilidade fundamentalmente artística. O sentido da ação motora e de perspectiva lhe permitem dar, a cada quadro, uma ambientação física superior em eficácia. Sua vocação artística não tem obstáculos, mas cria com uma instintiva paixão e um sentido poético incomum. As obras "Vegetação em Anavilhanas" e "Vitórias régias na Amazônia", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, refletem o amor da artista pelo Brasil, que segue um itinerário de liberdade pintando sua terra, valorizando árvores, casas, céu, flores, enfim regiões que lhe pedem nome e vida, além do tempo. A artista Renata Simões, pseudônimo artístico de Renata Vasconcellos Simões, nasceu em São Paulo em 1959. Interessou-se pela pintura desde os doze anos de idade, dedicando-se inicialmente a desenhar flores com lápis de cor. Formou-se em direito, profissão que pratica como procuradora do Estado de São Paulo. Pintora autodidata aproveitou suas viagens de estudo ao exterior para visitar lugares e museus da Europa, Egito e Israel. Demonstrando ser possível uma nova linguagem na pintura de paisagens, por meio do entrelaçamento de tonalidades, que confere maior vibração e leveza à vegetação, participou de algumas exposições em São Paulo e na Bahia: "Paisagens Brasileiras" (2000) e "Paisagens do Brasil: Um novo olhar" (2001), Museu Náutico da Bahia, Salvador, BA; "Pinturas do Brasil", Espaço Cultural da Faculdade de Saúde Pública (2002), São Paulo; Espaço Cultural V Centenário, no Palácio 9 de Julho (2005). Tendo participado da Bienal Internacional de Arte de Florença 2005, suas obras também foram selecionadas para os Livros Itália Brasil Arte 2005 e Arte 2007. Possui obras em diversos acervos particulares e oficiais no Exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.